02 janeiro 2012

CAVACO SILVA ADVERTE PARA DEBILIDADE DA SITUAÇÃO SOCIAL

O Presidente da República adverte que se não houver uma agenda para o crescimento e emprego o país poderá vir a enfrentar uma "situação social insustentável". Foi nesse sentido que, na sua mensagem de Ano Novo, Cavaco Silva deixou um alerta: além de rigor orçamental, a resolução das dificuldades nacionais exige uma agenda para o crescimento e emprego.

Cavaco lembra que Bruxelas reconheceu que, além da disciplina orçamental, "é necessário crescimento e criação de emprego"DR

O Presidente iniciou a comunicação lembrando 2011 como um ano que "marcou profundamente a vida de muitos portugueses" no plano social, mas antevendo que "no ano que agora começa, as dificuldades não irão ser menores. Esta é uma realidade que não pode ser iludida".

Na mensagem transmitida pela RTP, o Presidente apelou ao "diálogo construtivo entre o Governo e a Oposição" e ao "aprofundamento da concertação social", alertando para a necessidade de preservação da "coesão nacional" e da "coesão social"."Espero, do fundo do coração, que o ano de 2012 possa trazer a todas as famílias e a todos os Portugueses, onde quer que se encontrem, sinais de esperança de um futuro melhor. A todos renovo os meus votos de um Ano Novo de paz, saúde e felicidade"

"A resolução dos desafios que Portugal enfrenta exige, além do rigor orçamental, uma agenda orientada para o crescimento da economia e para o emprego. Sem isso, a situação social poderá tornar-se insustentável e não será possível recuperar a confiança e a credibilidade externa do país", advertiu Cavaco Silva, argumentando que "a coesão social é da maior importância para o crescimento económico, para a contenção do desemprego e para atenuar os custos da resolução dos graves desequilíbrios que se verificam na economia portuguesa".

O Presidente assinalava assim a insistência com que tem "sublinhado a importância da repartição equitativa dos sacrifícios exigidos aos portugueses, do combate às desigualdades, do apoio aos mais carenciados e desprotegidos, do diálogo construtivo entre o Governo e a Oposição e do aprofundamento da Concertação Social".

Cavaco relembra recado de Bruxelas

O chefe de Estado aproveitou para lembrar que a própria Comissão Europeia "reconheceu" que, além da disciplina orçamental, "era necessário também crescimento económico e criação de emprego".

Para Cavaco Silva, "a situação difícil" em que Portugal se encontra não deve ser impedimento para o país "ter uma voz ativa na defesa de uma resposta à crise da zona euro que inclua uma estratégia europeia de crescimento económico e do emprego, visando em particular os jovens desempregados".

Uma palavra a quem já saiu

Cavaco quis ainda deixar uma palavra aos jovens portugueses emigrados, a quem garante que o país precisa deles: "Conheço a ansiedade de milhares de jovens para quem tardam os caminhos com que sonharam, muitos dos quais procuram a sua sorte longe da família e do seu país, quando tanto precisamos deles".

Advertindo para um 2012 em que as dificuldades irão ser grandes, o Presidente anteviu o ano que agora começa como um período em que "se irão exigir grandes sacrifícios ao comum dos portugueses", em que "as dificuldades se farão sentir de forma mais acentuada no dia a dia".

No entanto, Cavaco deixou um sinal de esperança, manifestando-se confiante na resposta dos portugueses: "Será igualmente um ano em que a fibra do nosso povo virá ao de cima. Portugal é maior do que a crise que vivemos".

Cavaco Silva pediu que, nesta conjuntura difícil, os agentes políticos "expliquem aos portugueses o fundamento das suas decisões e que sejam os primeiros a acarinhar as sementes de uma nova esperança, agindo com justiça, com ponderação e com sensibilidade social".


Extraído do sítio da RTP

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