27 janeiro 2012

O SOL ESTÁ A ATACAR

O Sol passa pelo maior distúrbio magnético dos últimos sete anos. Após uma fulguração, que ocorreu no Sol na noite de 22 para 23 janeiro, uma nuvem de plasma solar precipitou-se em direção à Terra: teve lugar uma ejeção coronária de massa. Quando a nuvem atingiu a Terra, começou uma tormenta magnética que, provavelmente, durará durante toda a quarta-feira de 25 de Janeiro.



A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos atribuiu a esta tempestade o estatuto de G1 (de ameaça mínima), mas admite a sua subida para G2 (ameaça moderada) ou G3 (ameaça forte).

Esta tempestade, contudo, não pode ser tão forte para complicar a nossa vida. Por enquanto, segundo a NASA, ela não provocou quaisquer sérias consequências. Entretanto, os habitantes de latitudes do hemisfério norte podem admirar a aurora boreal – um brilho em camadas superiores do céu, provocado pela passagem de partículas altamente energéticas através da atmosfera.

O fenómeno começou a 23 de janeiro na madrugada. Nas palavras de Dag Biseker, funcionário da NOAA, a própria fulguração não teve nada de especial, mas, em resultado dela, uma grande nuvem de plasma foi lançado do Sol em direção à Terra.

Este fenómeno foi observado por aparelhos espaciais SOHO (NASA e AEA) e Stereo e ADO (NASA). A nuvem, cuja velocidade constituiu aproximadamente 1400 km/segundo, aproximou-se da Terra a 24 de janeiro à noite. A intensidade do fluxo de protões, que integram a maior parte da substância solar, superou o recorde anterior de 20 de janeiro de 2005.

Nas palavras de especialistas da NASA, o fluxo pode provocar eventualmente reinicializações de computadores de satélites próximos à Terra e influir nas comunicações de rádio em latitudes polares.

A tormenta solar é diferente da geomagnética: no primeiro caso, trata-se de nível elevado de partículas altamente energéticas lançadas pelo Sol, enquanto no segundo caso têm-se em vista oscilações do campo geomagnético sob a ação da substância solar.

Embora se opine frequentemente que as tormentas geomagnéticas influem mal na saúde de pessoas, não são mais vulneráveis a estes cataclismos os organismos vivos, mas sim sistemas técnicos: redes elétricas, tubulações, trilhos que representam, no fundo, condutores de corrente elétrica, em que, com a mudança do campo magnético, podem surgir correntes parasitárias, o que pode levar a falhas.

É amplamente conhecido o caso de 1989, quando a semelhante tormenta desligou a rede elétrica em Quebec, no Canadá, sendo precisos vários dias para restabelecer o abastecimento de energia elétrica.

Para além de oscilações do campo magnético, podem causar prejuízos sensíveis as partículas altamente energéticas que conseguem penetrar nas camadas interiores da atmosfera terrestre. Elas não chegam praticamente à Terra, mais são perigosas para tudo que se encontrar no espaço próximo, em primeiro lugar, para astronautas. No período de fortes tormentas de radiação, são anulados os trabalhos ligados à saída para o espaço aberto. São mais vulneráveis ainda ao risco de radiação os satélites em altas órbitas. Provavelmente, foram protões solares que destruíram o satélite Telstar 401 da companhia AT&T, que deixou de existir em janeiro de 1997 durante uma tormenta solar. Finalmente, um nível elevado de radiação é perigoso para tripulações e passageiros de aviões, sobretudo em altas latitudes.

As interferências provocadas pelo Sol podem perturbar fortemente as comunicações de rádio e até cortá-las. O maior efeito sente-se em latitudes polares.


Extraído do sítio Voz da Rússia

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