20 janeiro 2012

BLOGOSFERA E PRIVATARIA ABATEM CANDIDATURA DE JOSÉ SERRA PELA RAÍZ - Helena Sthephanowitz

José Serra (PSDB) anunciou que não será candidato a prefeito de São Paulo este ano.

O tucano apresenta como explicação a presunção de que passaria a campanha afirmando que não renunciaria, se eleito, para disputar a presidência da República em 2014.



Só pra lembrar: em 2004, ao concorrer à prefeitura paulistana, Serra assinou e registrou em cartório uma carta-compromisso, durante um debate ao vivo na TV, em que se comprometia, se eleito, a cumprir o mandato o fim. Mas, indiferente à própria palavra, passou o cargo para seu vice, Gilberto Kassab, um ano e três meses após a posse, para disputar o governo estadual em 2006.

A desculpa para Serra preferir ficar de fora das eleições deste ano tem sentido, mas aquela renúncia virou café pequeno diante da "privataria tucana", que irá pautar toda a campanha.

Fatalmente, dessa vez, com a blogosfera bombando, o demo-tucano não escaparia de ter que explicar ao povo as denúncias de propina durante as privatizações da era FHC, comandadas por ele.

As movimentações financeiras milionárias de sua filha e seu genro em paraísos fiscais, a compra da mansão onde mora, seus negócios com o 'primo' Gregorio Preciado, as relações com o banqueiro Daniel Dantas, Wladimir Rioli, e Ricardo Sérgio de Oliveira, além de centenas de denúncias acobertadas pela velha imprensa partidaria sobre escândalos em sua gestão de governador, prefeito e ministro.

Com a blogosfera, a TV Globo seria desmascarada, como foi em 2010, ao tentar usar o velho método de o colocar na posição de vítima, sempre que José Serra se vê metido em algum episódio de corrupção.



Se ele saísse candidato agora, o assunto "privataria tucana", que já está quente demais, iria aquecer mais ainda. Nem o Jornal Nacional da TV Globo conseguiria abafar.

Em 2014, se apesar da CPI da Privataria que se aproxima e e se Serra conseguir novamente fazer seus correligionários com pretensões a disputar a presidência a sair da disputa, a privataria tucana voltará certamente a ser assunto obrigatório da campanha. 

No máximo, o tucano poderia sonhar em suavizar as denúncias, recorrendo à surrada desculpa de que seriam "requentadas" já que, até lá, o livro de Amaury Ribeiro Jr. terá completado três anos de seu lançamento.

Extraído do sítio da Rede Brasil Atual

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