Alemanha e a França consideram que a introdução de um imposto sobre transações financeiras "é a resposta certa" à crise e querem lutar para que esta medida seja adotada a nível da União Europeia.
"Há anos que lutamos por um imposto sobre as transações financeiras, e acho que a França tomou uma boa iniciativa, porque temos de agir", afirmou a chanceler alemã, Angela Merkel, após um encontro em Berlim com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, para debater formas de combater a crise das dívidas soberanas na Europa.
"Se não dermos o exemplo, não acontecerá nada (...), aqueles que contribuíram para esta situação, devem contribuir para a inverter", vincou o presidente francês.
Merkel anunciou que irá esperar uma tomada de posição dos ministros das Finanças da UE, até março, sobre o novo imposto. Se não for possível adoptá-lo a nível dos 27, "o que seria melhor", deverá ser aplicado na zona euro, sublinhou.
Merkel e Sarkozy debateram ainda a implementação do novo pacto fiscal decidido na cimeira europeia de dezembro, que inclui, nomeadamente, um "travão" à dívida e sanções automáticas para países que violem os limites do endividamento do défice orçamental fixados no Tratado de Maastricht.
Ambos se congratularam com os avanços nas negociações para o novo pacto, dizendo esperar que haja um acordo definitivo no Conselho Europeu de 30 de janeiro, para que este possa ser adotado a 01 de março.
Berlim e Paris consideraram também importante que o fundo de resgate europeu (FEEF) tenha finalmente instrumentos mais flexíveis para intervir em situações de emergência, anunciando que irão pedir a cooperação do Banco Central Europeu (BCE) para se estudarem formas de o FEEF comprar dívida pública dos países do euro no mercado primário.
Quanto ao futuro mecanismo de estabilização europeu (MEE), que deverá substituir, a partir de julho, o FEEF, Merkel e Sarkozy advogaram a sua mais rápida capitalização, "como forma de continuar a apoiar a zona euro".
A chanceler alemã e o presidente francês exortaram também a Grécia a reestruturar rapidamente a sua dívida, com base nas decisões do Conselho Europeu de outubro, que prevê um perdão da dívida helénica de 50 por cento por parte dos credores privados.
Merkel advertiu que a Grécia só receberá a próxima "tranche" de ajuda financdeira da UE e do FMI se cumprir o programa de ajustamento acordado.
Simultaneamente, a chanceler garantiu que a Alemanha e a França querem que a Grécia se mantenha na zona euro, e continuarão a apoiar o país financeiramente.
Outro tema da cimeira franco-alemã foi o fomento do crescimento económico e do emprego na UE, que estará também na agenda do Conselho Europeu, no final deste mês.
Sarkozy sublinhou que o crescimento e o emprego "têm de ter prioridade", e por isso Paris e Berlim vão pedir à Comissão Europeia que reforce as suas diligências neste sentido, e elabore uma lista de bons exemplos, "para se aprender com os melhores".
Extraído do sítio da SIC Notícias (Portugal)
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