02 janeiro 2012

AUMENTO DE SALÁRIO MÍNIMO NO BRASIL É ARMA ANTICRISE, DIZ JORNAL FRANCÊS

Em artigo sobre o aumento do salário mínimo no Brasil, que passou para 622 reais a partir de 1° de janeiro, o diário econômico francês Les Echosafirma que a política de valorização do poder de compra dos salários mais modestos constitui uma arma anticrise poderosa para sustentar o consumo interno no Brasil.

Artigo do jornal Les Echos sobre o aumento do salário mínimo no Brasil.
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Em artigo sobre o aumento do salário mínimo no Brasil, que passou para 622 reais a partir de 1° de janeiro, o diário econômico francês Les Echos afirma que a política de valorização do poder de compra dos salários mais modestos constitui uma arma anticrise poderosa para sustentar o consumo interno no Brasil.

Reforçar o poder aquisitivo a partir do salário mínimo tem sido uma estratégia do governo desde a chegada da esquerda à presidência, em 2003, escreve o jornal. Para o Les Echos, Dilma Rousseff segue a tendência iniciada pelo ex-presidente Lula. Nos últimos dez anos, o salário mínimo, historicamente muito baixo, teve aumento de 66%.

"Diante da grande desaceleração da economia brasileira a partir do segundo semestre, a revalorização do poder aquisitivo dos salários mais modestos constitui uma poderosa arma anticrise para sustentar o consumo interno", escreve Les Echos. Isso, apesar da preocupação com as finanças públicas já que o impacto no orçamento, avaliado pelo jornal em 24 bilhões de reais, não é nada desprezível. O cálculo leva em consideração a repercussão sobre a renda de 18 milhões de aposentados que têm o benefício indexado ao salário mínimo.

Citando o Dieese, Les Echos informa que o reajuste de 14,1% vai beneficiar direta ou indiretamente 25% da população brasileira, especialmente de regiões mais desfavorecidas como o Nordeste. O aumento significa a injeção de mais de 48 bilhões de reais na economia ao longo do ano, informa o diário.

O artigo do Les Echos termina lembrando que apesar da determinação do governo em melhorar o poder aquisitivo dos mais pobres, a desigualdade ainda é imensa no país. Como exemplo, o jornal cita que os dirigentes de empresas no Brasil ganham em média 2 mil salários mínimos.


Extraído do sítio da RFI

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