Diminuem analfabetos, aumentam negros e desigualdade no Brasil
Brasília, 16 nov (Prensa Latina) - A taxa de analfabetismo diminuiu e aumentou o número de pessoas negras ou pardas, bem como a desigualdade na remuneração pela cor da pele, revelam dados oficiais sobre a população brasileira, divulgados hoje.
Os indicadores Sociais Municipais do Censo Demográfico 2010, fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), precisam que baixou de 13,63 por cento em 2000, para 9,6 por cento no ano passado a taxa de iletrados maiores de 15 anos.
No entanto, essa redução não é proporcional em todos os estados e regiões brasileiras, pois em pequenas comunidades de até 50 mil habitantes no Nordeste chega até 28 por cento da população maior de 15 anos e atinge 60 por cento entre os idosos.
Assim, enquanto 1,1 por cento dos adolescentes e jovens da Região Sul são analfabetos, e 1,5 do Sudeste, no Nordeste ascende a 4,9 por cento, quase o duplo da média nacional, fixada em 2,5 por cento.
Além disso, a zona rural do país continua com a maior quantidade de pessoas que não sabem ler nem escrever, pois apresenta uma taxa de 21,2 por cento de suas moradores maiores de 10 anos, frente a 6,8 em igual população urbana.
Também prossegue a desigualdade racial neste parâmetro, pois enquanto entre os brancos maiores de 15 anos a taxa de analfabetismo é de 5,9 por cento, entre os negros é de 14,4 por cento e de 13 por cento entre os pardos.
Essa diferença não se limita só à alfabetização, pois abarca também a remuneração por igual trabalho. Tomando como exemplo os bairros ricos de São Paulo, a principal cidade brasileira, o Censo 2010 reflete que os brancos ganham até seis vezes mais que os negros, que inclusive percebem menos que os pardos e indígenas.
A mostra refere que os salários entre brancos e negros só se equiparam entre os habitantes dos bairros considerados mais carentes de São Paulo.
Em outros resultados interessantes, o IBGE precisa que dos 191 milhões de brasileiros, 91 milhões classificam como brancos, para 47,7 por cento da população, 15 milhões como negros (7,6), 82 milhões como pardos (43,1), dois milhões como amarelos (1,1) e 817 mil indígenas (0,4).
Os dados para o Censo foram recopilados por técnicos do IBGE entre agosto de 2009 e julho de 2010, em cerca de 67,5 milhões de lares brasileiros.
Extraído do sítio Prensa Latina
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Cresce número de brasileiros que se declaram pretos ou pardos, segundo IBGE
Censo 2010 mostra grande desigualdade de renda e educação entre a população preta e parda e a branca
São Paulo – Um dos destaques do Censo 2010 é a mudança na estrutura populacional em termos de cor ou raça. A proporção de pessoas que se declaram pretas ou pardas teve um aumento de 6 pontos percentuais, com 50,7%, em relação a 2000, que era de 44,7%.
As regiões Norte e Nordeste têm a maior concentração de pretos e pardos enquanto o Sudeste e o Sul têm maioria branca. Esse quadro condiz com a ocupação histórica do país. Na população abaixo dos 40 anos a proporção de pretos e pardos é maior. Já entre os idosos, maiores de 65 e principalmente acima de 80 anos, há mais brancos.
Renda
A desigualdade na distribuição de renda pode ser uma das explicações para a diferença entre pretos e pardos e os brancos na pirâmide etária. Os rendimentos médios mensais dos pretos (R$ 834), pardos (R$ 845) e indígenas (R$ 735) é praticamente a metade dos brancos (R$ 1.538) e amarelos (R$ 1.574). As capitais com maior desigualdade são Salvador (Bahia) com os brancos ganhando 3,2 vezes mais do que pretos e Recife (Pernambuco), onde essa diferença é o triplo.
Analfabetismo
Os pretos ou pardos ainda mantêm taxas maiores de analfabetismo em relação aos outros grupos de cor ou raça. A taxa entre a população com 15 anos ou mais caiu de 13,6% em 2000 para 9,6 em 2010. Entre os negros e pardos na mesma faixa etária os percentuais são respectivamente de 14,4% e 13,0%, contra 5,9% dos brancos.
O analfabetismo da população preta piora em municípios com até 5 mil habitantes, com 27,1% e também nas cidades entre 5.001 e 20.000 habitantes chegando a 28,9%. Já as taxas de analfabetismo dos pardos variam de 20,0% a 22,1% nos municípios desde os com até 5.000 habitantes até os de 50.000 habitantes.
Extraído do sítio da Rede Brasil Atual, 16/11/2011
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