21 novembro 2011

ELEIÇÕES : ESPANHA VIRA À DIREITA

A crise deu o poder absoluto a Mariano Rajoy, que conduziu o PP a uma vitória histórica, elegendo 186 deputados, e prometeu ser "o presidente de todos”. O PSOE perdeu, particularmente para as forças minoritárias, mais de 4,3 milhões de votos.

O líder do PP, Mariano Rajoy, celebra a vitória nas eleições legislativas que tiveram lugar este domingo
e que lhe conferiram uma maioria absoluta no congresso. Foto: Javier Lizon/EPA/LUSA
O PP obteve 186 mandatos num total de 350 do Congresso de Deputados, órgão que terá mais três partidos que na legislatura anterior. Com 99,77 dos votos escrutinados confirma-se a vitória história dos conservadores liderados por Mariano Rajoy, que será o novo chefe de Governo espanhol, depois da tomada de posse das Cortes, a 13 de dezembro. O PSOE elegeu apenas 110 deputados.

Rajoy assumiu este domingo a vitória nas eleições legislativas espanholas, prometendo ser "o presidente de todos" e pedindo um trabalho conjunto e a confiança de todos para enfrentar as difíceis tarefas do momento. "Governarei ao serviço de Espanha e dos espanhóis procurando que, em nenhuma circunstância, ninguém se sinta excluído da tarefa comum. Os únicos inimigos serão o desemprego, o défice, a dívida excessiva, o estancamento económico e tudo aquilo que mantém o nosso país nestas críticas circunstâncias", disse Rajoy, num discurso dominado pelas referências à situação económicas que se vive em Espanha, citado pelo El País.

No discurso de derrota Alfredo Rubalcaba disse que já falou com o secretário-geral do PSOE, José Luis Rodríguez Zapatero, a quem comunicou a vontade de realização "o quanto antes" de um congresso ordinário do partido, para determinar o futuro dos socialistas. "Os espanhóis decidiram que passemos à oposição. Faremos isso de acordo com o nosso sentido de responsabilidade e compromisso com o interesse geral de Espanha", afirmou Rubalcaba que admitiu que o "PSOE não obteve um bom resultado".

O PP venceu em todas as comunidades autónomas à exceção do País Basco e da Catalunha, com o PSOE a não conseguir vencer em nenhuma região, incluindo naquelas onde tinha vencido em 2008: Andaluzia, Aragão, Canárias, Catalunha e País Basco. Os dados escrutinados confirmado igualmente a importância da fidelidade dos votos, com o PP a obter apenas mais cerca de 550 mil votos que em 2008, enquanto o PSOE perdeu, particularmente para as forças minoritárias, mais de 4,3 milhões de votos.

A Convergência e União (CiU) da Catalunha aumenta a representação parlamentar de 10 para 16, com a Esquerda Unida (IU) a registar um dos crescimentos mais significativos, de dois para 11 deputados.

A quinta força política, em termos parlamentares, é a coligação da esquerda abertzale (patriótica) basca Amaiur, com sete deputados, tornando-se a força do País Basco com maior representação no Congresso de Deputados. Segue-se o PNV (Partido Nacionalista Basco) com cinco deputados (tinha 6) e a União Progresso e Democracia (UPyD) com cinco (tinha um), mais um que a Coligação Canária (que aumenta de dois para três o seu apoio).

Por fim, os republicanos catalães alcançaram três deputados cada, seguidos dos regionalistas das Canárias e dos nacionalistas galegos que elegeram dois deputados cada. Com um único deputado ficou o “Foro dos Cidadãos”, uma dissidência do PP nas Astúrias, a esquerda verde e nacionalista de Valência e os nacionalistas de Navarra.


Ver gráfico com resultados eleitorais, disponibilizado pelo jornal espanhol El País.

Extraído do sítio Vermelho

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