27 novembro 2011

CHEFE MILITAR EGÍPCIO RATIFICA REALIZAÇÃO DE VOTO PARLAMENTAR

Cairo, 27 nov (Prensa Latina) O chefe da Junta Militar do Egito, Mohamed Hussein Tantawi, ratificou hoje que as eleições parlamentares iniciarão amanhã, segundo o previsto, e negou que as forças armadas desejem protagonismo na próxima Constituição.

Mohammed Hussein
Ao responder perguntas de jornalistas nacionais em uma reunião com oficiais na Comandância da Zona Central, Tantawi descartou mudar o calendário eleitoral como lhe exigem manifestantes acampados desde faz 10 dias na praça Tahrir desta capital.

O chefe do Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA) sublinhou que a instituição castrense terá participação destacada junto com a polícia e outros órgãos em velar pela segurança e o sucesso das eleições, que este 28 de novembro abrem a primeira de seis fases.

A votação de amanhã é para a Assembléia do Povo (câmara baixa do Legislativo) e terá outras duas etapas em meados de dezembro e a começos de janeiro, depois do qual abrirá o sufragio para o Conselho Shoura ou Consultivo (câmara alta), que terminará em 24 de março.

Tantawi, que viu "mãos estrangeiras" aos recentes protestos e nos confrontos que deixaram 41 mortos, exortou que os os egípcios fossem em massa às urnas.

"Não permitiremos que saboteadores interfiram nas eleições", adicionou.

Alertou que "o Egito atravessa por uma encrucilhada: ou triunfará e será são econômica, social e politicamente, ou as conseqüências serão muito graves", e disse que a missão do CSFA é impedir que isso ocorra.

Igualmente, defendeu que do processo eleitoral emane uma Assembléia do Povo representativa de todos os estratos políticos e sociais para que selecione bem a equipe que redija a Carta Magna.

O chefe militar foi categórico ao afirmar que "o lugar do Exército tem sido o mesmo na Constituição anterior (sob o regime de Hosni Mubarak), é o mesmo na atual (uma declaração emendada) e será o mesmo na próxima e em todas as Constituições".

Desse modo tentou despejar dúvidas de amplos setores que se manifestam na praça Tahrir e outras cidades do país dizendo que o CSFA pressiona para impor uma "ata de princípios supra-constitucionais" que reserva privilégios à instituição armada. Por outro lado, o ex secretario geral da Liga Árabe e candidato presidencial egípcio, Amr Moussa, informou hoje que aceitou ser parte de um conselho assessor do novo governo interino encabeçado por Kamal al-Ganzouri, um político recusado por setores populares.

Extraído do sítio da Prensa Latina

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