Os colégios eleitorais no Egito abriram nesta segunda-feira às 8h locais (4h de Brasília) nas históricas eleições legislativas, realizadas pela primeira vez em mais de 30 anos, à revelia do ex-líder Hosni Mubarak, derrubado em fevereiro.
Segundo a Agência Efe constatou, longas filas se formavam nas entradas dos colégios eleitorais do Cairo, em contraste com a baixa participação de eleitores nos pleitos das últimas décadas.
Mais de 17 milhões de pessoas estão habilitadas para votar em nove províncias do Egito, entre elas Cairo e Alexandria, na primeira das três fases em que está dividido o processo eleitoral, que se prolongará até março.
Centenas de pessoas aguardam sua vez de votar no Cairo, num ambiente pacífico, em meio a uma grande mobilização das forças de segurança, além de unidades militares.
Os juízes encarregados de supervisionar o pleito chegaram aos colégios e às sedes dos comitês eleitorais uma hora antes da abertura das urnas e receberam a documentação necessária e as cédulas de votação, informa a agência de notícias oficial "Mena".
Ao todo, 9,5 mil juízes se ocuparão de garantir a supervisão judicial das eleições em todo o país.
A Efe constatou que a legenda favorita para vencer o pleito, o Partido Liberdade e Justiça (PLJ) - braço político do grupo islâmico Irmandade Muçulmana -, distribui panfletos de propaganda eleitoral em frente a vários colégios no centro do Cairo e até instalou postos de informação com folhetos do partido.
Em um colégio da rua Nubar, muito perto do Ministério do Interior - onde na semana passada houve confrontos entre policiais e manifestantes -, os eleitores reconheciam sua preferência política pela Irmandade Muçulmana.
Para muitos, como Tayyip Ahmed, de 63 anos, esta era a primeira vez que comparecia às urnas. "Hoje os egípcios precisam ir votar. Se o povo não participar das eleições, não haverá organização nem teremos governantes", disse à Efe.
Funcionário de uma escola, Ahmed confirmou que votará no PLJ. "O povo confia na Irmandade Muçulmana e quer ser governado por alguém que diga a verdade".
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