25 novembro 2011

OUTRA 'MARCHA DO MILHÃO' EXIGE RENÚNCIA DE MILITARES EGÍPCIOS

Outra "marcha do milhão" exige renúncia de militares egípcios



Cairo, 25 nov (Prensa Latina) Os egípcios participam hoje em outra "marcha do milhão", com epicentro na praça Tahrir, para manter a pressão sobre a Junta Militar que, depois de desculpar-se pela morte de 36 manifestantes, negocia outro governo interino.

O ambiente tenso prevalece em todo o país, ainda que as manifestações de rua - diminuídas nas últimas horas - enfocaram-se na simbólica praça do Cairo, em Ismailia e em Alexandria, onde ontem à noite houveram confrontos perto da Direção de Segurança.

A decisão do Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA) de levantar uma grossa barreira de concreto e arame em uma rua próxima a Tahrir que conduz ao Ministério do Interior reduziu os enfrentamentos entre policiais e manifestantes.

Segundo constatou Prensa Latina, após os choques do sábado e domingo passados, a maioria das vítimas sofreu lesões por pancadas de cassetete e a inalação de gás lacrimogêneo lançados pela polícia contra ativistas que queriam tomar a sede ministerial.

Enquanto isso, centenas de ativistas que por oitavo dia consecutivo protestam em Tahrir preparavam desde cedo o palco para uma marcha massiva convocada pela Coalizão de Jovens da Revolução e outras vinte organizações, incluídas várias islamitas e laicas.

"Sexta-feira pela justiça para os mártires", em alusão aos falecidos pela repressão policial, é o lema que conduz a mobilização que também encherá ruas da Alexandria, apesar do ambiente volátil na segunda cidade do Egito, na costa do mar Mediterrâneo.

Com o tributo póstumo, o protesto reiterará a exigência ao dirigente Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA) para que ceda de imediato o poder a uma autoridade civil e desista de seu interesse em plasmar prerrogativas para o Exército na futura Constituição.

Em um dos três comunicados que emitiu na quinta-feira, o CSFA pretendeu desencorajar seguidores que, segundo assegurou, planejavam sair às ruas nesta sexta-feira para apoiar às autoridades militares, esgrimindo a necessidade de unidade em um momento tão próximo às eleições parlamentares do dia 28.

A cúpula castrense reconheceu que o Egito vive momentos críticos" e apelou à "autocontenção" dos cidadãos, além de que em outro pronunciamento se declarou "extremamente arrependida pelos mártires (mortos) caídos nos últimos incidentes na praça Tahir". Além de ordenar uma investigação, o CSFA se ofereceu para visitar hospitais de campanha em Tahrir e prometeu "fazer de tudo" para impedir que se repitam esses choques letais, mas por outro lado ratificou que as eleições se farão segundo o planejado e "sob qualquer circunstância".

Apesar da situação volátil, os militares reafirmaram que formarão um novo Governo antes das eleições do dia 28, para o qual o chefe do CSFA, marechal de campo Mohamed Hussein Tantawi, se reuniu ontem com o ex-primeiro ministro Kamal Al-Ganzouri (1996-1999).

Al-Ganzouri, que ainda não respondeu à possível oferta, dividiu os manifestantes entre aqueles que o vêem como uma pessoa de consenso e uma maioria que defende uma ruptura total com o passado, rechaçando seus serviços no cargo que ocupou Hosni Mubarak.


Extraído do sítio Prensa Latina

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