Organização Internacional do Trabalho (OIT) alerta para a possibilidade da crise da dívida na Zona Euro poder conduzir a uma recessão de 10 anos e a uma acentuada tensão social. Governos têm-se empenhado em “tranquilizar os mercados”, descurando a promoção do emprego, sublinha ainda a organização.
Foto: Paulete Matos |
De acordo com o “Relatório sobre o Trabalho no Mundo 2011: Os mercados a serviço do emprego”, divulgado esta segunda-feira pela OIT, não tem sido “dada atenção ao potencial que tem a geração de empregos para impulsionar a recuperação”, sendo que os governos “se empenharam, principalmente as economias ricas, em tranquilizar os mercados financeiros”.
Segundo a OIT, “o debate foi focado na austeridade fiscal e em como ajudar os bancos, deixando de lado a possibilidade de reforma das práticas bancárias que levaram à crise”.
As políticas de apoio ao emprego têm, por sua vez, vindo a ser descuradas, e foram implementadas inúmeras medidas “que foram percepcionadas como uma ameaça à protecção social e aos direitos dos trabalhadores”. Isso não vai impulsionar o crescimento e o emprego”, sublinha a OIT.
“A janela da oportunidade para a criação de empregos e de rendimento está a fechar-se”, alerta ainda a organização neste relatório.
Para voltar às taxas de emprego registadas antes do início da crise, seria necessário criar, segundo a OIT, 80 milhões de postos de trabalho nos próximos dois anos, mas tudo aponta que só será possível gerar metade disso.
O “Relatório sobre o Trabalho no Mundo 2011: Os mercados a serviço do emprego” apresenta ainda um novo índice de 'tensão social', que reflecte os níveis de descontentamento em relação à falta de emprego e de insatisfação pelo facto de o encargo da crise não estar a ser repartido de forma justa, segundo o qual Portugal é um dos sete países na União Europeia onde existem maiores riscos de tensão social.
Extraído do sítio da Esquerda.net
Nenhum comentário:
Postar um comentário