Em seu discurso de posse ontem no Senado e em artigos publicados hoje em vários jornais, o peemedebista Renan Calheiros já avisou que não pretende comprar briga com os barões da mídia. Entre as suas quatro prioridades para o Congresso Nacional, ele enfatizou a defesa da chamada liberdade de imprensa e garantiu que vai “interditar qualquer ensaio na tentativa” de regulamentá-la. Após apanhar muito da mídia nos últimos dias, o novo presidente do Senado pediu trégua. Será que ele já combinou com o time adversário?
Numa referência implícita a outras nações que avançam na regulação democrática das comunicações, Renan Calheiros tentou agradar os donos da mídia nativa. Para ele, o veto ao debate sobre o tema é “um antídoto contra as pretensões que ocorrem em alguns países. Temos que nos inspirar sim, nas brisas de uma primavera democrática e criar uma barreira contra os calafrios provocados pelo inverno andino. Vamos criar uma trincheira sólida, se preciso legal, a fim de impedir, de barrar a passagem destes ares gélidos e soturnos”.
“Do ponto de vista conceitual”, o senador também apostou na confusão entre a liberdade de expressão e a de imprensa, que hoje mais equivale à liberdade dos monopólios. E disse se inspirar nas platitudes repetidas pela atual presidenta. “Para corrigir os excessos da imprensa, mais liberdade de expressão. Desta forma, recordo a presidente Dilma Rousseff que, recentemente, afirmou preferir o barulho imprensa livre ao silêncio das ditaduras. Eu também”. O seu recado foi explicito: nada de regulação democrática da mídia
“Quem regula, gosta, rejeita ou critica é o consumidor da informação. Ele é quem faz isso e somente ele. Como já foi dito, o único controle tolerável é o controle remoto. E o controle remoto não deve ficar na mão do Estado, mas nas mãos dos cidadãos”, afirmou para alegria dos barões da mídia. O novo presidente do Senado só deixou de enfatizar que existem quatro artigos da Constituição que até hoje não foram regulamentados – inclusive um que proíbe os monopólios nos meios de comunicação. Lamentável!
Extraído do Blog do Miro
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