Um avião da Japan Airlines decola no aeroporto Haneda em Tóquio em meio a atmosfera cinzenta em 4 de fevereiro (Yoshikazu Tsuno/AFP/Getty Images)
A densa poluição atmosférica que tem envolvido a China no último mês está infiltrando os ares do Japão, levando o Ministério do Meio Ambiente do país a alertar a população sobre os riscos para a saúde de crianças e pessoas com condição já debilitada.
“O acesso ao nosso sistema de monitoramento da poluição do ar tem sido quase impossível na semana passada e o telefone aqui tem tocado constantemente, porque as pessoas continuam nos indagando preocupadas com o impacto sobre a saúde”, disse um funcionário anônimo do Ministério do Meio Ambiente japonês à AFP na segunda-feira.
O website do ministério tem estado sobrecarregado com o tráfego, informou a AFP. De acordo com a mídia Standard de Hong Kong, o ministério também aconselhou a população a fechar suas janelas e usar máscara de respiração, que são comumente usadas na Ásia Oriental.
“A China é nossa vizinha e todo tipo de problema acontece entre nós constantemente”, disse Takaharu Abiko, de 50 anos, à AFP. “É muito preocupante. Esta poluição é perigosa, como veneno, e não podemos nos proteger. É assustador.”
Três cidades da prefeitura de Hiroshima, localizada no Sul do Japão, registraram 40 microgramas por metro cúbico na escala de partículas PM 2,5, usada para medir a poluição do ar. Partículas pequenas podem penetrar nos pulmões e causar doenças respiratórias. A Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que é “insalubre” respirar o ar que tem mais de 25 microgramas de micropartículas por metro cúbico.
Em meados de janeiro, durante o pico da epidemia de poluição do ar na China, Pequim registrou mais de 990 microgramas por metro cúbico na mesma escala. Nas últimas semanas, o nível de PM 2,5 tem sido consistentemente maior que 500 microgramas por metro cúbico, ultrapassando múltiplas vezes o nível “perigoso” definido pela OMS.
Autoridades japonesas não implicaram a China pelo nevoeiro cinzento que cobriu partes do Japão, mas o ministro do meio ambiente japonês Yasushi Nakajima disse à AFP que “não se pode negar que há um impacto da poluição proveniente na China”.
“Nesta época do ano, definitivamente, não são areias amarelas” que são sopradas dos desertos chineses e mongóis, “são partículas tóxicas”, disse Atsushi Shimizu do Instituto Nacional de Estudos Ambientais do Japão. “Pessoas com doenças respiratórias devem ter cuidado”, advertiu ele.
O alerta no Japão surge apenas duas semanas após relatos de que a poluição da China engoliu a maior parte da Coreia do Sul. A capital de Seul registrou 218 partículas por metro cúbico na escala PM 10, outra medida para avaliar pequenas partículas no ar.
Toshihiko Takemura, professor associado da Universidade de Kyushu, disse à AFP que um aumento da poluição do ar chinês em partes do Japão se tornou uma tendência preocupante em anos recentes.
“Especialmente em Kyushu, o nível de poluição do ar tem sido detectado na vida cotidiana há alguns anos”, disse ele. “As pessoas no Leste e Norte do Japão estão agora percebendo tardiamente a poluição do ar transfronteiriça.”
Extraído do sítio The Epoch Times
Extraído do sítio The Epoch Times
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