Aos gritos de "ole, ole, olá, Lula, Lula", o ex-presidente Lula foi saudado antes de falar na festa de dez anos do PT. O ex-presidente começou saudando a presidente Dilma Rousseff e a "presidente de sua casa", Marisa Letícia. "É um dia de muita importância para a história de nosso partido, para a história dos partidos populares e para a história do nosso país", afirmou. "Em dez anos, a gente pode dar sinais extraordinários de que a palavra impossível é apenas para os fracos, é apenas aqueles que não têm perseverança".
Antes de preparar o discurso, o ex-presidente disse que solicitou à assessora Clara Ant, que atua no Instituto Lula, que verificasse as metas traçadas na campanha de 2002. "Nosso programa foi cumprido à risca", afirmou. "E vamos dar um salto de qualidade nos próximos anos".
No início de seu mandato, Lula disse que chegou a temer o fracasso. "Eu não podia errar, porque eles [seus adversários] são implacáveis; eles não gostam de governos populares e de esquerda", afirmou. "Mas eu tinha a convicção de que era possível fazer o pobre ter uma ascensão social neste país". Ele lembrou ainda as dificuldades para implantar o Bolsa-Família. "Diziam que o pobre ia virar vagabundo; diziam que era preciso ter uma porta de saída, quando o pobre não tinha nem porta de entrada na sociedade".
Lula também falou sobre a imprensa. "Quando eu critico a imprensa, eles dizem: Lula ataca a imprensa. Quando eles me atacam, dizem: fizemos uma crítica". Ele lembrou que, em 2006, houve reuniões feitas pelos barões da mídia, que previram que não seria candidato, por estar destruído politicamente. "E naquele tempo nem havia Millenium ainda", disse o ex-presidente, referindo-se ao Instituto Millenium.
Um dos primeiros a falar foi o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Ele contou que, em 1989, quando soube que Lula havia passado para o segundo turno, fez as malas e retornou de uma viagem ao exterior, onde estudava, para votar no segundo turno.
"Mas cheguei a pensar: será que um dia vou votar em alguém que possa ganhar uma eleição?" Segundo ele, uma vitória de Lula, num país marcado pelo patrimonialismo, nunca pareceu provável. Mas aconteceu e, segundo Haddad, o Brasil viveu a maior transformação econômica e social de sua história. "Pela primeira vez, o povo passou a ter vez e a ter voz". O prefeito de São Paulo também afirmou jamais imaginar que um governo, como o da presidente Dilma, enfrentaria o sistema financeiro.
Segundo o presidente da Fundação Perseu Abramo, Marcio Pochmann, o ciclo iniciado em 2003 será comparado à década de 1930, como um período de grande inflexão histórica. "Pela primeira vez, o Brasil conciliou crescimento e inclusão social, numa democracia", afirmou.
Num vídeo, o PT tomou de empréstimo uma frase eternizada por Abraham Lincoln: "Do povo, pelo povo, para o povo".
José Dirceu e José Genoino, condenados na Ação Penal 470, estão no evento, mas não na mesa principal, onde se sentam o ex-presidente Lula, a presidente Dilma Rousseff, vestida de vermelho, e o presidente do PT, Rui Falcão.
Em sua fala, Rui Falcão celebrou o apoio da militância do PT. "Sem ela, nada disso teria sido possível", afirmou. "Nunca antes na história deste país, houve uma tão extraordinária distribuição de renda", afirmou. Ele também defendeu a reforma política e uma democratização dos meios de comunicação. "Não é mais possível ficarmos à mercê do financiamento privado, fonte de tantos escândalos", disse. Sobre a imprensa, um recado direto. "É preciso alargar a liberdade e a expressão nos meios de comunicação".
No Twitter, um protesto acompanha a festa do PT e a hashtag #CiteumaCagadadoPT é uma das mais comentadas desta noite.
Extraído do sítio Brasil 247
Extraído do sítio Brasil 247
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