Agora, caberá aos líderes iraquianos garantir a segurança e a reconstrução em um país devastado.
Quase todos os números relacionados com a guerra são questionados, sendo que o número de mortes entre os iraquianos é o mais questionado de todos. Abaixo, um resumo de algumas das cifras mais importantes e os argumentos que as cercam.
Número de soldados
Os soldados americanos lideraram a invasão do Iraque em março de 2003, em uma coalizão com a Grã-Bretanha e outros países.
Os números de soldados dos Estados Unidos no país variou entre 100 mil e 150 mil, exceto no período da elevação do contingente, em 2007.
A elevação do contingente foi uma iniciativa do ex-presidente George W. Bush para melhorar a segurança no país, principalmente na capital, Bagdá, e envolveu o envio de mais 30 mil soldados.
O presidente Barack Obama fez da retirada do Iraque uma das grandes promessas de sua campanha eleitoral de 2008 e o número de soldados vinha caindo desde que ele assumiu o cargo, em janeiro de 2009.
No dia 19 de agosto de 2010, a última brigada de combate americana saiu do país, deixando para trás 50 mil funcionários militares envolvidos no processo de transição.
Vítimas
Segundo os últimos dados do Departamento Defesa dos Estados Unidos, os americanos perderam 4.487 militares desde o início da operação no Iraque em 19 de março de 2003.
No dia 31 de agosto de 2010, quando os últimos soldados de combate americanos saíram do Iraque, 4.421 tinham morrido, dos quais, 3.492 morreram em ação. Quase 32 mil tinham sido feridos em operações no país.
Desde então, no que foi chamado Operação Novo Amanhecer, 66 morreram, dos quais 38 em ação. Outros 305 foram feridos em ação desde 1º de setembro de 2010.
A Grã-Bretanha perdeu 179 militares. Entre estes, 136 morreram durante operações.
Outros países que fizeram parte da coalizão registraram 139 mortes, segundo o site iCasualties.
Mas, enquanto os dados de vítimas entre os militares americanos e dos outros países da coalizão trazem números razoavelmente bem documentados, o número de vítimas entre os civis iraquianos é mais difícil de determinar devido à falta de estatísticas oficiais confiáveis.
Todos os números e estimativas de mortes entre iraquianos são muito questionados.
A organização Iraq Body Count (IBC) vem tentando levantar estes números analisando relatos da imprensa e comparando com registros de necrotérios.
Segundo o IBC ocorreram entre 97.461 e 106.348 mortes entre os iraquianos até julho de 2010.
O período mais violento em termos de mortes de civis foi o mês da invasão, março de 2003, durante o qual o IBC afirma ter ocorrido a morte de 3.977 civis iraquianos. Outros 3.437 morreram em abril de 2003.
Mas, estes não são os únicos números.
Outros relatórios e pesquisas apresentaram uma variedade de estimativas de números de iraquianos mortos. A Pesquisa sobre a Saúde da Família Iraquiana, que contou com o apoio da ONU, estimou que ocorreram 151 mil mortes violentas no período entre março de 2003 e junho de 2006.
Enquanto isto, a revista especializada The Lancet publicou em 2006 uma estimativa de 654.965 mortes entre iraquianos relacionadas à guerra, das quais 601.027 foram causadas por violência.
Esta pesquisa da revista The Lancet e a Pesquisa sobre a Saúde da Família Iraquiana incluem mortes de combatentes e civis iraquianos.
Um número desconhecido de empreiteiros civis também foram mortos no Iraque. O site iCasualities publicou o que descreve como uma lista parcial que traz o número de 467 mortos.
Custo
O custo da guerra é outra área na qual os números variam muito.
O Serviço de Pesquisa do Congresso, um serviço respeitado e apartidário, estima que, no final do ano fiscal de 2011, os Estados Unidos terão gasto quase US$ 802 bilhões para financiar a guerra.
No entanto, o economista vencedor do prêmio Nobel Joseph Stiglitz, e a professora de Harvard Linda Bilmes, afirmam que o custo real chega a US$ 3 trilhões se os impactos adicionais no orçamento e na economia dos Estados Unidos forem levados em conta.
Deslocados pela guerra
A violência sectária do conflito no Iraque começou a aumentar no começo de 2005. Mas a destruição de um importante templo xiita em fevereiro de 2006 levou a um aumento grande dos ataques ocorridos entre milícias sunitas e xiitas.
Isto levou muitas famílias iraquianas a abandonar suas casas e se mudar para outras áreas do país ou ainda fugir do Iraque.
A Organização Internacional de Migração (IOM, na sigla em inglês), que monitora o número de famílias que abandonaram suas casas, estima que nos quatro anos entre 2006 e 2010, até 1,6 milhão de iraquianos tiveram que deixar seus domicílios, mas permaneceram no país, o que representa 5,5% da população.
Deste total, cerca de 400 mil pessoas voltaram no meio de 2010, primeiramente para Bagdá, Diyala, Ninewa e Anbar, segundo a IOM.
Extraído do sítio da BBC Brasil
Extraído do sítio da BBC Brasil
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