14 dezembro 2011

PROTÓGENES QUER CPI DA PRIVATARIA: "CONGRESSO DEVE DAR UMA RESPOSTA" - Felipe Prestes

O deputado federal Protógenes Queiroz (PC do B-SP) está recolhendo assinaturas para criação da CPI da Privataria, que vai investigar fatos contidos no recém-lançado livro A Privataria Tucana, do jornalista Amauri Ribeiro Júnior. “O Congresso tem que dar uma resposta. Há fatos novos sobre as privatizações, bens essenciais para o povo brasileiro que foram vendidos e ninguém sabe onde foi parar boa parte do dinheiro”, justifica o deputado.

Foto: Saulo Cruz / Agência Câmara
O deputado federal Protógenes Queiroz (PC do B-SP) está recolhendo assinaturas para criação da CPI da Privataria, que vai investigar fatos contidos no recém-lançado livro A Privataria Tucana, do jornalista Amauri Ribeiro Júnior. “O Congresso tem que dar uma resposta. Há fatos novos sobre as privatizações, bens essenciais para o povo brasileiro que foram vendidos e ninguém sabe onde foi parar boa parte do dinheiro”, justifica o deputado.

Ex-delegado da Polícia Federal, Protógenes ressalta que o livro converge com operações da corporação, como a Operação Macuco, que investigou o Caso Banestado, de remessa de centenas de milhões de reais a paraísos fiscais – “90% dinheiro público”, estima. Foi da CPI do Banestado que Amauri Ribeiro Júnior conseguiu boa parte dos documentos constantes no livro.

Além da Operação Macuco, Protógenes vê ligações também entre a investigação do jornalista e a Operação Satiagraha – comandada por ele mesmo enquanto era delegado – que investigou o banqueiro Daniel Dantas. “Os atores destas operações são os mesmos do livro. Dantas foi o operador das privatizações”, diz.

Segundo o deputado, o ponto central da CPI será a remessa de dinheiro público enviado a paraísos fiscais. “O foco é recuperar o dinheiro público que foi parar em paraísos fiscais e que enriqueceu muita gente da República. Alguns ficaram bilionários. Homens que tinha que dar exemplo deram um péssimo exemplo”, disse.

Protógenes defende que os fatos não são antigos demais para serem alvo de CPI, inclusive porque o livro retrata casos recentes de lavagem de dinheiro e episódios mal esclarecidos que envolveram a última campanha presidencial, prejudicando, segundo ele, a então candidata Dilma Rousseff. Sobre isto, o deputado defende Amauri, que foi acusado de tentar produzir dossiê contra José Serra. “É um competente jornalista investigativo. Ele não produz escândalos, não. Considero este livro um documento. Pode ajudar as autoridades a terem provas materiais de vários crimes”, diz.

O deputado revela que a criação da CPI está tendo grande aceitação na Câmara dos Deputados. Ele não sabe ao certo quantas assinaturas já tem porque há outros deputados ajudando no recolhimento delas, mas afirma que já há mais de cem assinaturas (são necessárias 171 para a criação da comissão). A coleta começou nesta segunda (12). “É um recorde recolher tantas assinaturas neste espaço de tempo”, afirma.

Protógenes diz que já tem apoio de quase toda a bancada de PC do B, PSB e PV, e de parte dos deputados de PMDB, PDT e PT. Deputados do PSOL também já manifestaram publicamente apoio. Este último partido deve reunir sua bancada para definir se vai haver assinatura em bloco ou liberação dos parlamentares. Até mesmo deputados tucanos já assinaram a criação da CPI, o ex-delegado da PF, Francisco Francischini, e o gaúcho Nelson Marchezan Júnior.

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