Praticar esportes ao ar livre é quase impossível durante o rigoroso inverno russo, por óbvias razões meteorológicas. Por isso, desde a sua criação no início dos anos 90, a Liga de Futebol sempre foi disputada de forma ininterrupta entre os meses de março e novembro, com um calendário na contramão do resto da Europa. Por isso, a Liga Russa adotou neste ano uma mudança de calendário, que agora vai do outono à primavera. Esta temporada vai ser de transição e vai durar quase um ano e meio, incluindo a primeira pausa de inverno da história.
Jogadores do CSKA de Moscou se abrigam em uma partida no campo do Kampar Perm Foto: pfc-cska.com |
"O principal objetivo desta mudança é elevar o futebol russo a um outro patamar, sincronizando nossas competições com as europeias", disse Serguêi Fusenko, presidente da federação russa de futebol, anunciando a mudança em comunicado oficial.
Tradicionalmente, os clubes russos sempre foram muito competitivos nas primeiras fases dos torneios continentais, pois, passados alguns meses do início do campeonato nacional, chegavam em melhor forma que seus vizinhos do sul da Europa, ainda no início de suas temporadas. No entanto, as coisas mudam na primavera, durante as eliminatórias pelo título, convertendo a vantagem inicial em desvantagem no decorrer da temporada.
O calendário, que ia de março a novembro, causava outro problema para a seleção russa, pois os grandes torneios de seleções (Eurocopa e Copa do Mundo) são realizados sempre no verão, em plena temporada russa, privando os principais clubes de suas estrelas por vários meses. Além disso, a Rússia sediará a Copa do Mundo em 2018. Mas a razão central da mudança de calendário é a competitividade no mercado europeu de contratações. Os orçamentos dos clubes russos estão no auge e com eles sua capacidade de atrair jogadores de nível internacional. No entanto, esse boom encontrava uma barreira no calendário.
Vagner Love, estrela do CSKA, na mesma partida disputada em Perm Foto: pfc-cska.com |
Hibernando na Espanha
O preço da mudança seria uma temporada de transição, cuja duração fosse de meio ano ou de um ano e meio. Optou-se pela segunda alternativa, por isso a atual temporada, que começou por volta de março de 2011, não terminará até junho de 2012 e terá um total de 44 jogos, divididos em duas fases. Na primeira, de março a novembro, 16 times irão se enfrentar duas vezes, num total de 30 jogos. Os oito primeiros colocados se enfrentarão em uma segunda fase na primavera (14 jogos) para decidir o campeão e as vagas europeias. Os dois primeiros colocados garantem vaga para a Liga dos Campeões. Os times classificados do 3° ao 6° lugar ganham vaga para a Liga Europa. Os times classificados entre o 9º e 16º lugar disputam, a partir de 03 de março, para evitar o rebaixamento à segunda divisão (caem dois). Uma vez terminada esta temporada de transição, o calendário será unicamente de 30 partidas em dois turnos, sem mata-mata.
A pausa de inverno não será exclusiva do futebol russo, já que algumas ligas nacionais importantes do norte da Europa, como Alemanha e Holanda, já a adotam há muito tempo. E o que fazem os times russos durante a pausa de inverno? Basicamente fugem do frio e treinam nos países do sul da Europa. Nesse período, por vezes surgem propostas como o pedido da Inter de Milão ao Anzhi para ceder Eto’o durante os quase 4 meses de pausa de inverno, operação que teve a aprovação do jogador. No entanto, perguntado a respeito, German Chistyakov, diretor geral do clube do Daguestão, respondeu um curto e grosso "Nem em sonhos". Assim, o atacante camaronês acompanhará o resto de seus companheiros nos treinamentos que ocorrerão em janeiro num resort na cidade espanhola de Orihuela. A propósito, o Anzhi, que terminou em 7º lugar no primeiro turno do campeonato e lutará na primavera por uma vaga europeia, busca um técnico e estararia em negociações para a contratação do espanhol Rafa Benitez (desempregado depois de ser demitido da Inter de Milão).
Extraído do sítio Gazeta Russa
Extraído do sítio Gazeta Russa
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