07 março 2012

GRÉCIA AMEAÇA NÃO PAGAR CREDORES QUE SE RECUSAREM A PARTICIPAR DE TROCA DE TÍTULOS

A algumas horas do prazo final para a operação de troca dos títulos da dívida grega, a taxa de participação dos credores privados permanece abaixo de 50%. Às 16 horas em Paris (meio-dia em Brasília), 39% dos credores haviam aceitado participar do “swap” de papéis da dívida da Grécia.

Bandeiras da União Europeia e da Grécia diante do Ministério das Finanças grego. REUTERS/Yannis Behrakis
“O programa econômico grego não pretende disponibilizar recursos para o pagamento de credores do setor privado que se recusam a participar da operação de reestruturação". Com esse comunicado oficial, o governo grego coloca contra a parede os credores que ainda hesitam a aderir a operação de troca de títulos da dívida.

O prazo final para a adesão ao plano de reestruturação pelos credores que seguem o direito grego é nesta quinta-feira à noite. E, nos mercados, a expectativa segue alta sobre a participaçao dos credores privados da Grécia na gigantesca operação de reestruturação da dívida do país. É preciso que 75% dos credores aceite renegociar os papéis soberanos gregos.

O sucesso da operação, porém, ainda é duvidoso. O IIF (Instituto de Finança Internacional) apresentou uma lista com 30 nomes de bancos e fundos de investimento, sobretudo europeus, que apoiam publicamente o plano. Mas várias instituições ainda mantêm o suspense sobre o perdão de 107 bilhões de euros da dívida grega, o que seria uma espécie de calote organizado inédito no mundo das finanças.

Em uma entrevista ao jornal Le Figaro, o comissário europeu para as questões econômicas, Olli Rehn, se disse otimista e considera que a transação "se desenrolará sem problemas". Ele afirmou que, conforme informações apuradas pela Comissão Europeia, a troca da dívida "continua sendo interessante financeiramente para o setor privado".

Na expectativa sobre o resultado da reestruturação, as bolsas europeias fecharam na terça-feira em forte queda, devido aos temores dos investidores de que a operação não funcione. Nesta manhã, os principais pregões europeus abriram próximos de zero. As bolsas asiáticas encerraram em baixa.


Extraído do sítio da RFI - Rádio França Internacional

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