Foto: Pedro França/Agência Senado
O Senador ligado a Carlinhos Cachoeira abriga em seu gabinete Ketlin Ramos, que é tratada como filha do Ministro do Supremo Tribunal Federal. Se o caso for ao STF, ele se declarará impedido de julgar?
247 – Uma reportagem da Folha de S. Paulo publicada neste domingo coloca mais pressão sobre o senador Demóstenes Torres (DEM/GO). Assinada por Leandro Colon e Fernando Mello, informa que ele emprega em seu gabinete uma enteada do ministro Gilmar Mendes, do STF. Ou seja: se vier a ser aberta investigação contra ele, Mendes poderá ser levado a se declarar impedido, em razão dos laços que os unem. O caso também servirá para reabrir outra história. Durante a Operação Satiagraha, o delegado Paulo Lacerda, ex-chefe da Polícia Federal, foi afastado do comando da Agência Brasileira de Inteligência quando uma conversa entre Demóstenes e Gilmar Mendes foi publicada na revista Veja. O caso é tratado por jornalistas como Luís Nassif e Paulo Henrique Amorim como “o grampo sem áudio”. Leia, abaixo a reportagem de Colon:
Enteada de ministro do STF é assessora de senador do DEM
Demóstenes Torres emprega em cargo de confiança em seu gabinete uma familiar de Gilmar Mendes. Senador é citado em apuração sobre jogo ilegal, caso que pode ir ao STF; ele e Mendes negam conflito de interesse.
Leandro Colon e Fernando Mello, Folha de S. Paulo
Sob risco de virar alvo do STF (Supremo Tribunal Federal), o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) emprega em seu gabinete uma enteada de Gilmar Mendes, um dos 11 ministros da corte.
Ketlin Feitosa Ramos, que é tratada na família como filha do ministro, ocupa desde setembro o cargo de assessora parlamentar de Demóstenes, posto de confiança e livre nomeação.
O senador passa hoje por uma crise política por ter seu nome envolvido na Operação Monte Carlo, que desmontou no mês passado um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na exploração de jogos caça-níquel.
Acusado de ser o chefe do esquema, o empresário Carlinhos Cachoeira é amigo de Demóstenes e teve 300 telefonemas com ele gravados pela polícia.
O senador confirmou que recebeu de Cachoeira um telefone antigrampo, um fogão e uma geladeira de presentes de casamento. Investigação mostrou que o senador também pediu ao empresário R$ 3.000 para pagar despesas de táxi-aéreo.
Como senadores possuem foro privilegiado (só podem ser investigados com autorização do STF), todo o material que envolve Demóstenes e outros políticos foi remetido para análise do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
Ele poderá pedir ao STF autorização para abrir um inquérito específico para investigar o senador. Gurgel não tem prazo para isso.
Se o pedido de inquérito for feito, o caso será distribuído automaticamente a um dos 11 ministros do STF, incluindo Gilmar Mendes, caso ele não se declare impedido.
Extraído do sítio do Brasil 247
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