A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (22), em Curitiba (PR), dois homens suspeitos de postagens criminosas no site silviokoerich.og, que entre outras coisas, incitavam a homofobia e a “cura gay”. Os conteúdos disseminados na rede incentivavam o abuso sexual de menores e eram contra negros, mulheres, nordestinos e judeus. A chamada “Operação Intolerância” resultou na prisão de Emerson Eduardo Rodrigues e Marcelo Valle Silveira Mello, moradores de Curutiba e Brasília, respectivamente.
Perfil de um dos suspeitos no Facebook. /Reprodução PF-PR |
“O Brasil tem jeito”
A Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais (ABGLT) foi uma das entidades denunciantes. Com sede em Curitiba, a entidade acompanhou a coletiva de imprensa da PF nesta quinta. “O Brasil tem jeito. Precisamos denunciar. Utilizar os disque 100, os canais dos poderes públicos e expor estes casos de violência ao conhecimento das autoridades”, defendeu o presidente da ABGLT, Toni Reis.
Ele comemorou a primeira prisão de um crime com motivação homofóbica no Brasil que se deu mediante registro de quase 70 mil pedidos de providência a respeito do conteúdo criminoso exposto no site. “Parabenizo a atuação de todos as instituições envolvidas na investigação. Nós ainda temos que nos indignar com o preconceito. Ele sempre existirá, mas, a violência não podemos permitir”, falou.
Toni suspeita que os homens presos também atuavam se passando pelo vereador Julião Sobota, do Partido Social Cristão (PSC), que recentemente teria postado comentário agressivo na página do Grupo Dignidade, que apoia a causa LGBT em Curitiba.
Site incentivava o estupro de mulheres e menores./Reprodução da PF-PR
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A Polícia Federal segue nesta quinta-feira o cumprimento aos mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal. Será realizado o exame de residências e locais de trabalho dos criminosos em busca de mais elementos materiais da responsabilidade criminal, já amplamente demonstrada ao longo da investigação e que, preliminarmente, permitiu identificar o cometimento dos crimes de incitação/indução à discriminação ou preconceito de raça, por meio de recursos de comunicação social (Lei 7716/89); incitação à prática de crime (art. 286 do Código Penal) e publicação de fotografia com cena pornográfica envolvendo criança ou adolescente (Lei 8069/90-ECA).
Suspeitos presos também foram os responsáveis pela ameaça de morte ao deputado Jean Wyllys (PSol-RJ). /Reprodução PF-PR |
Dentre os conteúdos publicados pelos criminosos e localizados pela PF, havia referência ao apoio prestado pelos criminosos ao atirador Wellington, que em 2011 atacou a tiros uma escola em Realengo, no Rio de Janeiro, matando diversas crianças, bem como à suposta incapacidade da Polícia Federal em localizá-lo e deter.
Suspeito das postagens teria sido expulso de um fórum de debates feminista
O nome “Sílvio Koerich” era um codinome do investigado Emerson Eduardo Rodrigues. Na verdade, Silvio Osni Koerich é um professor universitário e católico praticante. O investigado Emerson Eduardo Rodrigues teria se apropriado do nome e passado a postar conteúdos agressivos, preconceituoso e de postura extremista, após ter sido expulso por Silvio de um fórum de debates feminista.
Extraído do sítio do Sul21
Extraído do sítio do Sul21
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