11 dezembro 2011

ACORDO NA CIMEIRA DO CLIMA PARA O COMBATE GLOBAL ÀS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

A presidente da conferência climática de Durban (COP17), a ministra sul-africana Maité Nkoana-Mashabane, anunciou que os 194 países chegaram a acordo sobre um programa para definir um novo rumo para combater as alterações climáticas nas próximas décadas.



O plenário informal da 17ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas Contra as Alterações Climáticas (UNFCCC), reunido desde a 01:00 hora local (23:00 de sábado em Lisboa), chegou a acordo para iniciar as negociações de um novo acordo para colocar os países sob o mesmo regime legal e reforçar o seu compromisso para controlar a emissão dos gases de estufa. O compromisso deverá entrar em vigor o mais tardar até 2020.

O acordo foi alcançado após a resistência da Índia e China, e de longas horas de negociação, que levaram a apelos da União Europeia, Estados Unidos e Brasil e da própria Maité Nkoana-Mashabane, de "não fazer de Durban uma oportunidade perdida".

"Concordámos em adotar" o novo texto, disse a ministra indiana do Ambiente, Jayanthi Natarajan. 

Os documentos discutidos e que farão parte do Pacote de Durban incluem o segundo período de vigência do Protocolo de Quioto, o relatório do grupo de trabalho de cooperação de longo prazo (AWG-LCA), o Fundo Climático Verde e a Plataforma de Durban. 

Presidente da COP17 destacou sintonia entre países desenvolvidos e em vias de desenvolvimento para obtenção de acordo 

A presidente da Conferência sobre as Alterações Climáticas (COP17), a ministra sul-africana das Relações Exteriores e Cooperação, Maité Nkoana-Mashabane, destacou hoje a colaboração entre países desenvolvidos e em desenvolvimento para obtenção do acordo em Durban, sede da cimeira. 

"Isto não teria sido alcançado se os países desenvolvidos tivessem posto o seu interesse em primeiro lugar, não teria passado se os países em desenvolvimento tivessem esquecido o espírito de que todos temos responsabilidades comuns, ainda que diferenciadas" na luta contra as alterações climáticas, disse Mashabane. 

A presidente da COP17 falava na conferência de imprensa após a cimeira onde os 195 países chegaram a acordo depois longas horas de negociação, acompanhada da secretária da Convenção, Christiana Figueres. 

"Muitos países em desenvolvimento disseram-nos que queriam fazer parte do futuro, mas que não podiam assumir neste momento os compromissos, e a UE propôs um novo Protocolo de Quioto. Mas Quioto não nos levaria muito longe", declarou Mashabane. 

Por sua vez, Figueres declarou que a cimeira não só foi a mais longa da história neste tipo de reuniões, como marca "uma trajetória totalmente nova para o sistema de luta contra as alterações climáticas". 

"Não só estabeleceu esse grande esforço para alcançar compromissos para a segunda fase do Protocolo de Quioto, como também abriu caminho para um sistema mais amplo no futuro, aplicável a todos de uma maneira legal, e deu as ferramentas para que os países desenvolvidos ajudem os que estão em desenvolvimento", disse Figueres. 

A conferência de Durban aprovou hoje a extensão do Protocolo de Quioto após 2012 e a definição de um novo rumo para combater as alterações climáticas nas próximas décadas, com vista a um acordo global de redução dos gases de estufa. 

O acordo foi aprovado após duas semanas de árduas conversações e uma maratona negocial que obrigou a prolongar a cimeira em mais de 24 horas.

O pacote inclui ainda o estabelecimento do Fundo Verde para o Clima acordado em Cancún, México, para ajudar os países em desenvolvimento a fazer face aos danos das alterações climáticas.


Extraído do sítio SIC Notícias

Nenhum comentário:

Postar um comentário