03 março 2013

PSDB INSTITUCIONALIZA A HOMOFOBIA NO PARTIDO, CAMUFLANDO LÍDERES HOMOSSEXUAIS - Daniela Novais


Uma denúncia de que o PSDB estaria usando influência e decisões judiciais para esconder que tem lideranças homossexuais. Segundo o blog NovoJornal de Minas Gerais, há casos em que o partido recorreu aos moderadores de sites internacionais como a Wikipedia e à intervenção judicial no caso de sites particulares, para que menções à orientação sexual ou à defesa da homossexualidade envolvendo os tucanos mais poderosos sumissem.

O mais recente seria o caso do governador mineiro Antonio Anastasia, que durante o mandato como vice-governador de Minas, na gestão de Aécio Neves, atuou como ativista ligado ao Movimento Gay de Minas (MGM), onde presidia e promovia ao lado de Oswaldo Braga, Danilo de Oliveira, dentre outros, o evento anti-homofobia, Rainbow Fest. As menções a este fato foram apagadas da Wikipédia, que teve o texto modificado em poucas horas após o fato ser abordado nas redes sociais. 

Além disso, o nome de Anastasia foi removido da página principal de domínio do Movimento Homossexual Brasileiro na enciclopédia virtual, seção Minas Gerais. Outro fato envolvendo Anastasia é o fato dele ter sido escolhido pelo jornalista Waldir Leite para edição de 2010 dos Golden Gays e a menção sumiu. Waldir dizia: “o ex-militante gay Anastasia é apaixonado por Aécio Neves, a quem, entre os amigos mais íntimos, só se refere como ‘meu bofe’”.

Acompanhe a denúncia de NovoJornal na íntegra.

PSDB apaga da mídia a existência de lideranças partidárias gays

“Caso Anastasia” provoca revolta nos defensores da pluralidade sexual que denunciam o PSDB por apagar da mídia opção sexual de seus líderes. 

Do Novojornal - Em pleno século 21, quando as liberdades e opções individuais são bandeiras de diversos partidos, inclusive do PSDB, onde sua maior liderança, o ex-presidente FHC, defende publicamente a descriminalização da maconha, outros temas são tratados como tabu e apagados da mídia. 

Na última semana de dezembro de 2012, chegou à redação do Novojornal denúncia informando que, com a ajuda da grande mídia e por meio de decisões judiciais, o PSDB vem conseguindo, nos últimos anos, impedir que a população tome conhecimento real do que pensam e fazem suas lideranças em relação à sexualidade. 

Nossa reportagem saiu a campo na procura de resposta para tão controverso tema e descobriu uma estrutura profissional atuando para o PSDB por intermédio de equipes de busca e análise das diversas mídias, das tradicionais imprensa escrita, falada e televisada, até as recentes mídias sociais. 

De posse das informações, passam a agir agências de notícias e escritórios de advocacia especializados em conseguir decisões judiciais para que os “relutantes” sejam obrigados a retirar qualquer menção sobre a opção sexual de suas lideranças. 

“O Caso Anastasia”, citado na denúncia recebida por Novojornal, foi comprovado. Anastasia, antes e durante seu mandato como vice-governador de Minas, na gestão de Aécio Neves, atuou como ativista ligado ao Movimento Gay de Minas (MGM), onde presidia e promovia ao lado de Oswaldo Braga, Danilo de Oliveira, dentre outros, o evento anti-homofobia, Rainbow Fest. 

Isso constava na Wikipédia, que teve o texto modificado em poucas horas após tal fato ser abordado nas redes sociais. Seu nome foi removido da página principal de domínio do Movimento Homossexual Brasileiro na enciclopédia virtual, seção Minas Gerais. 

Para quem não sabe, a Wikipédia tem a comunidade de moderadores mais forte da internet, o que resulta em uma análise antes que um artigo entre definitivamente no ar. O nome de Anastasia esteve muito tempo na página do grupo, o mais atuante de Minas. A explicação encontrada por Novojornal para retirada de seu nome foi que a remoção atendeu interesse do próprio movimento. 

Porém, tal ação fora documentada por meio de imagens. Como podiam ser vistas antes da intervenção e como ficou após a remoção. Entretanto, o caso mais ruidoso envolvendo o governador de Minas Gerais diz respeito a ele ter sido escolhido por Waldir Leite para edição de 2010 dos Golden Gays. 

Waldir Leite é escritor e jornalista. Trabalhou como roteirista de novelas na Globo e na Record. Foi repórter e editor do Jornal do Brasil, além de crítico literário do Caderno B, o suplemento de cultura do mesmo jornal. Atualmente assina um blog de cultura e comportamento com o seu nome. 

Foi neste blog que ocorreu a intervenção que causou maior repercussão entre as ações do PSDB no intuito de apagar da mídia a opção sexual de Anastasia. Agora, ao consultar o blog não se encontra a lista contendo o nome de Anastasia. 

Na matéria retirada, de acordo com Waldir Leite, autor da lista dos Golden Gays, que ocorre desde 2002, “o ex-militante gay Anastasia é apaixonado por Aécio Neves, a quem, entre os amigos mais íntimos, só se refere como ‘meu bofe’”. 

Segundo Waldir Leite: 

Os homens públicos que são gays têm mania de arrumar um casamento às pressas para disfarçar sua homossexualidade. Foi para disfarçar sua homossexualidade que Henrique Meirelles, o todo-poderoso da economia brasileira, casou-se em 2002 com a psiquiatra Eva Missini. 

Banqueiro bem-sucedido no Brasil e nos Estados Unidos, em 2004 Meirelles decidiu seguir carreira política e concorreu ao cargo de deputado federal por Goiás onde foi eleito com votação recorde. Ciente de que era conhecido como gay em sua terra natal, onde já tinha dado muita pinta, sua primeira providência antes de concorrer ao pleito foi se casar. 

Um casamento discreto, às pressas, em que os amigos que sempre frequentavam suas festas nem foram convidados. Um casamento de conveniência. Agora que se tornou uma estrela da política brasileira, Henrique Meirelles anda muito comedido. O chato de ser político é isso: o sujeito não pode ser ele mesmo. Não pode dar pinta. Não pode rodar a baiana. Não pode pegar bofes na sauna. É o preço que se paga. Mas na época em que era “apenas” presidente do Banco de Boston e uma das estrelas do mercado financeiro internacional Meirelles soltava a franga. 

Rapazes bonitões de Goiás viviam lhe fazendo visitas íntimas na mansão em que morava em Boston. Sempre que podia o banqueiro vinha passar temporadas em São Paulo onde costumava dar festas de arromba, em que não faltavam champanhe e rapazes bonitos. Principalmente rapazes bonitos. 

‘O Meirelles sempre foi uma bicha festeira. Suas festas marcaram época em São Paulo’, diz um velho amigo do banqueiro, figura assídua da sua lista de convidados. Emo seu aniversário, dia 31 de agosto, o presidente do Banco Central gostava de dar festas temáticas, onde muitas vezes costumava aparecer fantasiado, para deleite das bichas amigas. 

Numa de suas festas mais famosas, denominada de Noite das Arábias, Henrique Meirelles apareceu fantasiado de Scherazade. Waal! Certamente nessa época ele ainda não tinha aspirações políticas. 

E prossegue: 

Presidente homossexual da República brasileira? De forma alguma! Afinal, não podemos esquecer Itamar Franco, que era uma doidivanas, uma maluca! O curioso é que Itamar foi vice de Fernando Collor, que também tem um prontuário gay. No livro escrito por Pedro Collor ele conta em detalhes o caso amoroso que o irmão Fernando teve com um certo coronel Dario, um militar que foi ajudante de ordens nos anos dourados da Casa da Dinda. Very sexy! 

Collor também teve um envolvimento com o deputado Paulo Otávio. Mas a vida gay de Fernando Collor começou ainda na juventude, quando ele era um garotão sarado e cheio de tesão. Foi nessa época que o ‘caçador de marajás’ teve um romance com o costureiro francês Pierre Cardin, que foi a Alagoas acompanhar as filmagens de Joana, a francesa, filme de Cacá Diegues, estrelado por Jeanne Moreau. 

Segundo Wandir Leite, na época, a estrela francesa era casada com Cardin. Pois bem. Enquanto La Moreau filmava com Cacá, Cardin se esbaldava com o adolescente Fernando Collor nos canaviais da periferia de Maceió. No livro de Pedro Collor ele também conta que seu irmão tinha um fetiche um tanto quanto gay: gostava de consumir cocaína por meio de supositário. Ui! Talvez por tudo isso Collor tenha sido o melhor presidente do Brasil pós-democracia. 

Ao falar de gays na política brasileira não podemos esquecer jamais de Delfim Netto, a ministra da Fazenda que reinou absoluta na época do governo militar. Essa era uma danada! Tão danada que tinha um grupo de rapazes a seu dispor que eram conhecidos como os Delfim Boys. Os Delfim Boys eram garotões másculos e viris que a poderosa Delfim protegia e amava com todas as suas forças. Generosa, a ministra sempre cuidou para que o futuro de seus rapazes fosse promissor. Muito deles depois que abandonaram as asas protetoras de tia Delfim se tornaram ricos e poderosos, graças à influência da ministra protetora. Um dos mais famosos Delfim Boys era um segurança bonitão que Delfim, apaixonado, ajudou muito. Anos depois, quando saiu da michetagem, ele acabou se tornando um poderoso empresário. Em sociedade tudo se sabe! 

A lista de bibas na política brasileira é extensa. Henrique Meirelles não é o único gay nascido em Goiás a se tornar uma celebridade da política nacional. Seu conterrâneo Maguito Vilella também sempre foi do babado. Como vemos, as meninas de Goiás são danadinhas! Representando Pernambuco temos o ex-governador e hoje senador Jarbas Vasconcelos. Esse tá sempre “namorando” misses e moças bonitas. Sua assessoria gosta de mostrá-lo como um machão pegador, mas lá em Pernambuco o que se conta é que ele gosta mesmo é de rapazes. Em Minas temos o nosso Aécio Neves, sempre muito namorador, mas que ostenta em seu currículo amoroso romances com outros homens. Que ótimo!” 

Na vida privada do cidadão comum, suas opções religiosas, políticas e sexuais dizem respeito apenas a ele. Porém, ao homem público, a quem a sociedade delega pelo voto poderes para atuar com imparcialidade no combate ou na defesa de temas de extrema importância para suas vidas, estas opções devem ser de conhecimento público. 

Após consultar sua assessoria jurídica e ouvir sociólogos, psicólogos e militantes que atuam no tema, o Novojornal concluiu que cabe a imprensa divulgar com independência estas opções, ressaltando que a competência, comportamento moral e ético do homem público não tem qualquer relação com sua opção sexual, religiosa e política. 

Evidente que aqueles que privam da intimidade do homem público têm conhecimento de suas opções e ações, porém, como dito anteriormente, por meio de seus mandatos irão decidir sobre temas que refletem no futuro de todos. 

Ao fecharmos esta matéria, como se a confirmar a atuação deste grupo, nossa reportagem teve acesso ao Acórdão da 16ª Turma do TJ/MG em ação movida por Danilo de Castro que pede que a justiça impeça que seu nome seja divulgado por Novojornal após publicação da transcrição de conversas gravadas pelo advogado J. Engler sobre sua opção sexual, de seu filho Rodrigo de Castro e do senador Aécio Neves. 

A justificativa da 16ª Turma Cível foi: 

“Sendo grosseiras, de mau gosto e de natureza duvidosa, as notícias veiculadas aos agravantes, pelos agravados, no site www.novojornal.com, estas desafiam reprimenda ainda que em caráter provisório, razão pela qual a tutela antecipada pretendida deve ser deferida.” 

É inacreditável que o Poder Judiciário transformou-se em crítico literário e queira impor sua análise e interpretação crítica a sociedade por meio de decisões. Até pouco tempo a justiça analisava apenas a legalidade de uma prática. Informamos que a decisão não é definitiva e que Novojornal irá recorrer. 

Documentos que fundamentam esta matéria 







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