A direita, em todos os quadrantes, está tentando convencer a opinião pública de que o movimento chavista está dividido. Procuram lançar dúvidas sobre o futuro da Revolução Bolivariana, que é irreversível.
A mais recente queimação foi relacionada com a dúvida lançada sobre a doença que tirou a vida de Chávez no último dia 5 de março. A única forma de desmentir ou confirmar a acusação lançada pelo Presidente interino Nicolás Maduro é investigá-la com rigor.
Nesse sentido, grupos de direitos civis nos Estados Unidos apresentaram solicitação, direito assegurado pela Lei de Liberdade de Informação, sobre dados vinculados aos supostos planos de envenenamento de Chávez.
Os responsáveis pela petição pedem à Agência Central de Inteligência (CIA), ao Departamento de Estado e à Agência de Inteligência e Defesa informações sobre a atuação das instituições no caso. São entidades respeitáveis e que se movimentam em defesa dos direitos humanos, como a organização de direitos civis Partnership for Civil Justice Fund (Fundo da Sociedade para a Justiça Civil), a organização estadunidense antibelicista ANSWER, (Coalición ANSWER) e o diário ‘Liberation Newspaper’.
No pedido são solicitados todos os registros e documentos, incluindo correios eletrónicos, cartas, memorandos, notas, fotografías, gravações de áudio, vídeos, avaliações de inteligência, registros ou outros dados que "se relacionam ou façam referência a qualquer informação vinculada com os planos de envenenamenteo ou outras formas de assassinar o Presidente Hugo Chávez”.
Os responsáveis pela petição lembram também que o governo dos Estados Unidos conhecia e contava com informações sobre as tentativas de assassinato de líderes estrangeiros, entre os quais o comandante da Revolução cubana, Fidel Castro, o ditador dominicano Rafael Leónidas Trujillo e o que tinha sido chefe do Exército chileno, General René Schneider Chereau. A carta não só menciona o conhecimento, como a possível participação de Washington nas ocorrências.
Para os signatários da petição, o público tem necessidade urgente e imperiosa de receber informação que sustente qualquer tentativa de assassinar o presidente da Venezuela, inclusive qualquer conhecimento que tenha ou haja tido o Governo dos Estados Unidos sobre tais atividades, e, em particular, o papel que o governo estadunidense tenha podido ter nesse planos.
Reforçando essa tese, vale lembrar que em 17 de novembro de 2010 o congressista estadunidense Connie Mack, considerado então porta-voz da extrema direita republicana, discursava no Capitólio em um encontro de fascistas dizendo que o Presidente Chávez deveria ser assassinado como um cachorro. Não à toa, que Mack era vinculado à máfia cubano- americana de Miami, que tentou mais de 400 vezes matar Fidel Castro.
O Governo venezuelano também pediu uma investigação sobre as circunstâncias da doença de Chávez, especificamente se foi envenenado ou deliberadamente exposto aos elementos que provocaram o câncer. Essa informação foi divulgada pelo canal NBC News.
O governo norte-americano negou qualquer envolvimento, mas agora não basta apenas a negativa sem aprofundar as investigações.
Diante de fatos até hoje não esclarecidos, que vão desde as mais de 400 tentativas de assassinatos de Fidel Castro, inclusive com uma técnica de espalhar radiação, que não deu certo porque a tecnologia nos anos 60 não estava tão desenvolvida como hoje, a morte do líder palestino Yasser Arafat, que já não há quase dúvidas e está sendo investigada na França, os desastres aéreos que mataram o panamenho General Omar Torrijos e o equatoriano Jaime Roldós, dois dirigentes que adotavam políticas nacionalistas, a desconfiança sobre as circunstâncias da morte de Chávez precisam ser investigadas com bastante rigor.
Mesmo o Brasil não está isento de dúvidas em relação às circunstâncias da morte do Presidente João Goulart, em 1976, em sua fazenda em Las Mercedes, na Argentina. Até hoje não foi esclarecido se houve mesmo troca de remédios que levaram Jango a morrer ou não. É preciso também rigor para se esclarecer de uma vez por todas as dúvidas.
De um modo geral a cobertura dos acontecimentos na Venezuela tem sido francamente manipulada. O objetivo principal é o de convencer a opinião pública que a Revolução Bolivariana está com os dias contados. Isso não é jornalismo. É distorcer a história.
Mas de alguma forma mesmo que se confirme que a morte de Chávez foi provocada, o tiro saiu pela culatra, porque o povo nas ruas reafirma que a Venezuela nunca mais voltará a ser uma colônia estadunidense, como era antes de dezembro de 1998 quando da primeira eleição do líder bolivariano.
Extraído do sítio Direto da Redação
Extraído do sítio Direto da Redação
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