08 dezembro 2011

RISCO DE IMPLOSÃO DA EUROPA NUNCA FOI TÃO GRANDE, DIZ SARKOZY

O presidente francês Nicolas Sarkozy, a chanceler alemã Angela Merkel (à esq.) e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, durante congresso em Marselha, sul da França, nesta quinta-feira.

REUTERS/Jean-Paul Pelissier
O presidente francês Nicolas Sarkozy disse nesta quinta-feira que a Europa nunca esteve tão perto do risco de uma “implosão” e que não haverá uma segunda chance para salvar o bloco. As declarações foram feitas durante um discurso em Marselha, onde é realizado um encontro do Partido Popular Europeu, que reúne a direita europeia.

O presidente francês disse esperar que os europeus cheguem a um acordo já nesta sexta-feira durante o Conselho Europeu sobre a reforma da governança econômica do bloco e a revisão do tratado europeu porque, segundo ele, não “haverá uma segunda chance”.

“É preciso decidir rápido. Quanto mais tarde tomarmos esta decisão, mais ela custará caro e menos será eficaz”, disse ele diante do congresso em Marselha. Segundo o presidente francês, “nunca o risco de uma implosão da Europa foi tão grande” e os europeus só têm “algumas semanas” para tomar as decisões para tirar o bloco da crise.

As declarações foram feitas horas antes da abertura, em Bruxelas, de uma reunião de cúpula dos chefes de estado e de governo da União Europeia considerada crucial para discutir principalmente o futuro da zona do euro.

Na sua chegada a Marselha para participar do encontro do PPE, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, fez um apelo para que os dirigentes de toda a União Europeia façam “de tudo para garantir a irreversibilidade do euro”.

“No centro da crise, há um problema de confiança e de credibilidade. É por esta razão que nós queremos que haja mais convergência, maior disciplina fiscal", indicou o presidente da Comissão. “A Cúpula (de Bruxelas) é crucial”, resumiu Barroso.

Os chefes de estado e de governo dos 27 países da União Europeia se encontram a partir desta quinta-feira na capital belga para um jantar antes do início da cúpula marcada para a sexta-feira. Sob a pressão da Alemanha, os 17 países da zona do euro deverão se comprometer a modificar o tratado europeu para o bloco ou para o conjunto da União Europeia. Mas países como a Grã-Bretanha, que não adotaram a moeda única europeia, impõem condições para que o texto do tratado seja modificado. 

A proposta franco-alemã, discutida por Nicolas Sarkozy e Angela Merkel na segunda-feira, em Paris, prevê, entre outras medidas, sanções imediatas para os países que não cumprirem a meta de 3% de déficit do PIB e a adoção da chamada “regra de ouro”, exigindo um maior equilíbrio orçamentário dos países.

Há muitas dúvidas sobre a conclusão de um acordo entre os países em relação às propostas de Paris e Berlim. O primeiro-ministro da Suécia, Fredrik Reinfeldt, disse que a mudança do tratado europeu pode não ser a solução para a crise.

“ Mudanças legais nos tratados, que poderiam levar tempo, talvez sejam necessárias, mas acredito que não sejam a solução que os mercados esperam”, declarou o sueco, cujo país faz parte da União Europeia mas não da zona do euro.


Extraído do sítio da Radio França Internacional - RFI

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