O futebol está cheio de manias e superstições. Durante o Mundial de 2006, Gennaro Gattuso – o buldogue italiano – usou sempre a mesma camisola em todos os jogos. Confessou que já nem podia com o cheiro a suor, mas o sacrifício compensou porque a Itália venceu a prova.
O romeno Adrian Mutu até troca de camisola, mas é fiel à roupa interior. Sempre a mesma para todos os jogos. Mais higiénico era o ritual dos franceses no Mundial de 1998. Antes de cada jogo, o defesa Laurent Blanc dava sempre um beijinho na careca do guarda-redes Fabien Barthez. E com tanto amour, a França sagrou-se campeã do mundo.
Há quem resolva tudo aos beijinhos e há ainda os outros que preferem defender penáltis de bexiga vazia. Goikotxea, guarda-redes argentino no Itália´90, era um deles. Antes das sessões de grandes penalidades, rodeava-se pelos companheiros de equipa e urinava no centro do terreno. A estratégia resultou até à final. Os argentinos acabaram derrotados pela Alemanha e o único golo do jogo, apontado por Andreas Brehme, também foi de penálti. Mas Goikotxea não teve tempo de ir até ao centro do campo e pedir ao alemão para esperar enquanto ele se aliviava. Talvez por isso, o alemão Mario Gomes prefira deixar toda a urina no balneário. Mas tem de ser sempre no urinol mais à esquerda. Se tiver ocupado, ele espera pela sua vez e só depois entra em campo.
Acharam piada a alguns destes rituais? Pois bem. Isto não é nada comparado com o que Dadá Maravilha fazia. É o terceiro melhor marcador de sempre do futebol brasileiro, com 1024 golos. Apenas ultrapassado por Arthur Friedenreich (1239) e Pelé (1284). Dadá não era um daqueles jogadores com samba nas botas. Dele ninguém esperava dribles intermináveis e enormes danças em frente dos adversários. O golo era a sua arte. Sabia marcar como ninguém. E nas palavras também dava goleadas.
"Só existem três poderes no Universo: Deus no Céu, o Papa no Vaticano e Dadá na grande área."
"Faço tudo com amor, inclusive o amor."
"Quando eu saltava, o zagueiro conseguia ver o número da minha chuteira."
"Me diz o nome de três coisas que param no ar: beija-flor, helicóptero e Dadá Maravilha."
Dele também é muito conhecida outra frase:
"Não existe golo feio, feio é não fazer golo."
E para não perder os golos, Dadá tinha um hábito único. Pelo menos, nenhum outro jogador confessou a mesma coisa. Não se trata de rezas, dar três voltas aos atacadores ou urinar em determinado sítio. Dadá encontrava um lugar no balneário e masturbava-se. Só assim conseguia ficar "levinho e parar no ar" para marcar golos.
Certo dia reagiu à provocação de um adversário que o acusou de fazer batota.
"Você só faz gol porque você se masturba." E Dadá respondeu: "Que nada. Não vou me masturbar e faço gol na mesma." Mas as coisas começaram a correr mal.
O Atlético Mineiro, a equipa de Dadá, sofreu dois golos sem resposta na primeira parte. A claque assobiava Dadá e o jogo parecia estar perdido. Foi então que ele decidiu ir até ao balneário e fazer o que fazia sempre. Resultado: aos dez minutos da segunda parte, o Atlético tinha virado o placar. 3-2. Quem é que marcou os três golos? Dadá Maravilha, claro.
Extraído do sítio do jornal Sábado (Portugal)
Nenhum comentário:
Postar um comentário