08 dezembro 2011

CRISE DO EURO É UM 'MONSTRO DE MUITAS CABEÇAS' - John Tyler

Líderes europeus se reunirão nesta quinta e sexta-feira numa última tentativa para salvar o euro. As expectativas são grandes, e a pressão também, para que cheguem a um acordo de grande alcance em Bruxelas para solucionar a crise atual e evitar a reincidência. Mas ainda não se sabe se a cúpula será o suficiente para acalmar os mercados financeiros.



No início desta semana, a agência de classificação de crédito Standard and Poor’s disparou um tiro de advertência quando anunciou uma revisão do status de triplo AAA que ainda gozam as seis mais fortes economias europeias. Estes países têm três meses para restaurar a confiança da S+P’s em suas economias.

Ação rápida

O ministro das Finanças da Holanda, Jan Kees de Jager, admite que a Europa precisa agir, mas diz que uma reunião de cúpula nunca será suficiente para resolver toda a crise. “Este é um monstro de muitas cabeças e não será morto de uma só vez.” Mas ele está otimista porque, de uma maneira ou de outra, alguns passos serão dados esta semana.

A abordagem da Holanda na cúpula desta semana é flexível. Por exemplo, embora não seja a favor de grandes mudanças de tratado que requeiram um referendo público, De Jager não está pronto para deixar de lado seu curso de ação. A principal preocupação, ele diz, é a rapidez. A União Europeia não tem tempo para passar por um demorado processo de mudança de tratado. E, segundo ele, mudar o Tratado de Maastricht, que estabeleceu o euro, não é necessário. Nisso, De Jager concorda com o presidente da União Europeia, Herman van Rompuy.

Bruxelas

Já em relação à advertência de uma possível mudança de classificação da Standard and Poor’s, De Jager considera como uma mensagem para os líderes europeus “para agir decisivamente e coletivamente para chegar a uma abordagem geral para resolver a crise, em vez das medidas fragmentadas adotadas até agora”.

Um resgate para países atualmente em dificuldade, não importa quão grande seja o fundo, nunca será suficiente. Os holandeses estão insistindo que a União Europeia tome medidas para que a ‘disciplina’ orçamentária e reforma econômica sejam compulsórias.

Mas De Jager está convencido de que isso não exigirá que os países abram mais mão de sua soberania para Bruxelas, o que realmente implicaria em renegociar o Tratado de Maastricht. Ao contrário, Bruxelas precisa apenas da capacidade de reforçar os acordos já existentes.

Urgência

Enquanto a Holanda emergiu da última crise financeira relativamente incólume (com a mais baixa taxa de desemprego da Europa), o medo é que a crise em torno do euro tenha um efeito muito maior no país. Cerca de 70% da economia holandesa é gerada pelo comércio exterior, tornando a Holanda particularmente vulnerável ao ambiente econômico internacional.

Por isso Jan Kees de Jager admite um sentido de urgência, mesmo enquanto tenta baixar as expectativas sobre o que acontecerá na cúpula desta semana. “Para nós, o importante é fazer alguma coisa. A maneira como o faremos é de importância secundária.”


Extraído do sítio da RLW

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