02 março 2013

YOANI = CIA + UDR + PDS + OPUS DEI - Messias Pontes

Este somatório de siglas retrata bem a “blogueira” cubana Yoani Sánchez que aqui no Brasil recebeu da velha mídia conservadora, venal e golpista tratamento de chefe de Estado. O espaço é amazonicamente desproporcional à personalidade que ela realmente é. Os âncoras de televisão, colonistas e demais jornalistas amestrados tiveram orgasmo em uma semana muito mais que nos últimos anos.

A sabedoria popular diz que alguém é pelas companhias que tem: “Diz-me com quem andas que te direi quem és”. E quem foram as companhias aqui dessa senhora que iniciou pelo Brasil uma tournée por nada menos que 80, sim, OITENTA países? Justamente aqueles que representam aquele somatório de siglas: A CIA (Central de inteligência Americana) que financia o seu blog Generación Y e suas viagens; a UDR (União Democrática Ruralista) que colou nela o deputado ultraconservador Ronaldo Caiado; o PDS (Partido Democrático Social) sucedâneo da famigerada Arena, partido da ditadura militar, que teve o deputado de extrema direita Jair Bolsonaro sempre ao lado da blogueira; e o governador Geral Alckmin, representante maior da OPUS DEI, ultraconservadora entidade católica. Isto sem falar nessa figura asquerosa do Demétrio Magnoli, articulista do Instituto Milenium, sucedâneo do famigerado IBAD entidade de extrema direita que recebeu muito dinheiro do império do Norte para financiar o golpe militar de 1º de abril de 1964.

A senhora Yoani Sánchez tem todo o direito de discordar da Revolução Cubana e do governo do seu país. Aliás, em Cuba ninguém é obrigado a apoiar o regime. Se a esmagadora maioria dos cubanos apoia é porque se sente parte integrante do regime e dele é beneficiário. A ínfima minoria contrária está no seu sagrado direito de discordar. O que não pode é se unir ao maior inimigo do povo cubano para derrubar um regime fruto de uma exitosa revolução democrática e popular que defenestrou do poder o ditador Fulgêncio Batista, lacaio do latifúndio, da alta burguesia reacionária impatriótica e do imperialismo norte-americano.

Os jornalistas amestrados têm o direito de endeusar quem quiser. O que não podem é mentir, manipular, omitir dados e confundir a opinião pública. Quem assistiu aos programas Canal Aberto, na Band, domingo à noite, e Roda Viva, da TV Cultura, na noite de segunda-feira, viram muito mais um jogo de vôlei do que uma entrevista. E os jogadores eram todos levantadores - levantavam a bola para ela cortar. A cobertura da Rede Globo não merece nem comentários, dada a babação de seus âncoras. O lixo semanal da Abril então, nem se fala. Uma vergonha, o verdadeiro antijornalismo.

Ela que diz defender “os direitos humanos” em Cuba, não foi perguntada por que não assinou o manifesto contra o criminoso embargo econômico, comercial e financeiro imposto pelo império do Norte que já causou prejuízo de US$ 1 trilhão em meio século ao seu país; também não lhe perguntaram por que ela não condena as mais bárbaras torturas na base militar ianque em Guantánamo, ali, sim, onde se praticam as mais cruéis torturas contra pessoas, na maioria árabe, presas sem culpa formal e sem direito à defesa. Os amestrados também não questionaram o total desconhecimento dela pelos seus compatriotas.

Os amestrados também não perguntaram por que ela não exige dos seus patrões norte-americanos a extradição do terrorista Luiz Pousada Carrilhe, responsável pelo derrubada do avião onde viajavam de retorno a Cuba 77 atletas cubanos, todos mortos; também nenhum dos amestrados questionou o silêncio dela em relação à prisão dos cinco heróis cubanos presos injustamente nos Estados Unidos e que o mundo democrático exige a libertação imediata de todos.

Antes da chegada da dissidente cubana foi postada na Internet um total de 40 perguntas que ela deveria responder. Todos tomaram conhecimento e simplesmente fingiram não conhecer. Entre essas perguntas, o que faz para se conectar à Internet se afirma que os cubanos não têm a acesso à rede? Outra, “como é possível que seu blog possa usar Paypal, sistema de pagamento online que nenhum cubano que vive em Cuba pode utilizar por conta das sanções econômicas que proíbem, entre outros, o comércio eletrônico?

Toda pessoa medianamente informada sabe que a insuspeita Anistia Internacional, sediada em Londres, divulgou que Cuba é o país das Américas onde menos se desrespeita os direitos humanos, e que dos 27 países que a condenaram por desrespeito aos direitos humanos, 23 desrespeitam muito mais que Cuba. 

Tão ridículo e vergonhosa quanto a babação é a condenação dos que protestaram contra a presença dessa traidora do seu povo em nosso País, em especial dos aguerridos militantes da UJS (União da Juventude Socialista) que são solidários a Cuba. Mentem os amestrados quando falam em agressão, quando não há uma só imagem que mostre isso. Houve protestos com palavras de ordem e cartazes acusando Yoani de traidora do seu país e serviçal do imperialismo norte-americano e europeu.

Esses amestrados deveriam dizer quem está organizando e financiando as viagens dela em redor do mundo, mas vergonhosamente ficam silentes. Cem perguntas poderiam deixa-la sem resposta, mas os bem comportados entrevistadores preferiram silenciar. Lamentável.

* Messias Pontes é diretor de comunicação da Associação de Amizade Brasil-Cuba do Ceará, e membro do Conselho de Ética do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará e do Comitê Estadual do PCdoB.

Extraído do sítio Portal Vermelho

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