09 fevereiro 2012

ISRAEL E PETRÓLEO: PRIORIDADES DOS EUA NO ORIENTE MÉDIO

Beirute, 8 fev (Prensa Latina) O líder do movimento de resistência libanês Hezbollah (Partido de Deus), Hassan Nasrallah, chamou à unidade dos muçulmanos frente aos Estados Unidos, cujas duas preocupações no Oriente Médio são Israel e o petróleo, afirmou.


Durante um discurso pronunciado ontem à noite por videoconferência em ocasião do aniversário do Profeta Mahoma, o secretário geral do agrupamento xiita defendeu a imagem do Irã e da Síria frente à ofensiva política, midiática e militar de Washington e seus aliados.

A respeito, Nasrallah acusou as "potências arrogantes" (Ocidente) de não desejarem a unidade entre os muçulmanos, para poderem assim materializar suas ambições, e negou categoricamente que o Irã esteja promovendo um "expansionismo xiita" na região e no mundo.

Criticou com dureza o intervencionismo estadunidense para ajudar seu aliado sionista e, como contrapartida, apresentar uma imagem negativa do Irã na região. "Washington tem só duas preocupações no Oriente Médio: Israel e o petróleo", afirmou.

Por outro lado, o jeque xiita agradeceu em seu discurso assistido por milhares de partidários em Beirute o respaldo da República Islâmica do Irã ao movimento de resistência libanês e a solidariedade com o governo do presidente sírio, Bashar Al-Assad.

"O único erro do Irã é que derrocou Al Shah (Mohamad Reza Pahlavi, em 1979), um espião dos Estados Unidos e de Israel, e restaurou o equilíbrio na região", assinalou o líder libanês ao agradecer o apoio de Teerã ao Hezbollah durante a chamada Guerra dos 34 dias com Israel.

"A resistência no Líbano conseguiu a maior e mais importante vitória árabe contra Israel em 2006. Este triunfo não teria sido possível sem o apoio do Irã", enfatizou.

Além disso, confirmou que o Hezbollah "não se beneficia unicamente do suporte político e moral, mas também material" do Irã, que apoia a resistência palestina e isso "constitui um orgulho".

Com relação à Síria, denunciou que os "Estados Unidos e outros países ocidentais, além de Israel e certas nações árabes, tomaram a decisão de derrocar o Governo do presidente Bashar Al-Assad", recorrendo para isso a qualquer meio e método.

Depois de negar que o Hezbollah tenha algum papel na Síria, Nasrallah afirmou que "a verdade é que existe um governo que tem uma Constituição, um Parlamento e se mantém com o apoio do Exército e "da maioria das pessoas", mas admitiu que há deserções.

Defendeu as reformas empreendidas por Al-Assad e qualificou de montagem e desinformação as reportagens sobre a suposta repressão militar em Homs contra civis, coincidindo -observou- com o debate no Conselho de Segurança da ONU de uma resolução anti-síria.

"A coincidência no momento desta campanha (midiática) com a reunião do Conselho prova que os meios são submissos às regras desta guerra, novamente impostas pelos Estados Unidos", criticou.


Extraído do sítio da Agência Prensa Latina

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