O que é anormal está se tornando normal: no século XXI, o número de desastres naturais poderá aumentar em 10 vezes. Estas são as conclusões do Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre a Mudança do Clima (GIEMC). O relatório do GIEMC sobre os fenômenos climáticos deverá ser publicado em 2012. Recentemente foi tornado público o resumo do trabalho.
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A principal conclusão dos especialistas é que será necessário diminuir 2 vezes os gases provenientes da combustão dos hidrocarbonetos. Caso contrário, haverá um crescimento do número dos desastres naturais, e então, a saúde das pessoas e da economia, ou a falta dela, será a principal consequência dos desastres. As conclusões do relatório, diz o coordenador do programa Clima e Energia do Fundo Mundial para a Natureza Aleksei Kokorin, são alarmantes.
A peculiaridade do relatório está no modo como que ele foi escrito. O documento foi feito de forma cientificamente rigorosa e indica cuidadosamente as chances, em percentagens, de certos fenômenos poderem ou não acontecer, e em que lugar. Acontece que alguns fenômenos, que normalmente têm lugar de 20 em 20 anos, em 2040 e 2060 serão bem mais frequentes. E poderão ocorrer até 2-3 vezes por ano. Se lembrarmos a terrível onda de calor que aconteceu França e na Itália em 2003 e em Moscou em 2010, existem possibilidades de, em 2070, verões como este serem normais. O normal, claro, quer dizer que isto não acontecerá todos os anos, mas uma vez em cada dois-três anos. A frequência dos fenômenos deverá ser ainda maior nas regiões do Ártico – de 5 a 10 vezes mais frequentes.
No entanto, é esperada não só uma onda de calor, mas outras situações climáticas extremas, diz Aleksei Kokorin. A humanidade enfrentará inundações, tufões e tsunamis com cada vez maior frequência. As secas estão previstas na Europa e Mediterrâneo, América Central e do Norte, Brasil e Sul da África. O cenário é previsto somente se a humanidade não der um jeito na emissão dos gases que provocam o efeito de estufa. Em outras palavras, somente se não começarmos a usar fontes de energia alternativas e se não pararmos de cortar florestas.
Todos os cenários do GIEMC são mostrados em 3 formas (mínima, média e máxima) de acordo com a intervenção humana no clima. Os cientistas acreditam que as suas conclusões serão base para o começo da luta contra a poluição do planeta. Hoje, as normas de emissões de gases são reguladas pelo Protocolo de Quioto. Ele foi adotado em dezembro de 1997 e foi ratificado por 181 países, responsáveis por 61% da emissão dos gases. O primeiro período do protocolo, que termina em dezembro de 2012, tem como objetivo reduzir a emissão de gases pelos países subscritores. A maioria dos países em desenvolvimento deverá começar a redução dos poluentes no segundo período do protocolo, até o ano de 2018. Vários países desenvolvidos, incluindo a Rússia, o Japão e o Canadá, acham que o Protocolo de Quioto deve ser substituído por um novo acordo climático. Esta questão será uma das principais na Conferência sobre o Clima que deverá ocorrer entre os dias 28 de novembro e 9 de dezembro na cidade de Durban, na África do Sul.
Extraído do sítio Voz da Rússia
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