Foto: STF/Divulgação_Folhapress |
247 – Edição é tudo. E, na desta sexta-feira, o jornal O Globo se esmerou em transmitir uma mensagem à sociedade: a de que o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, está contratado para proteger os chamados mensaleiros no julgamento da Ação Penal 470. A manchete, estampada sobre a imagem de advogados que sorriem como se debochassem da sociedade honesta e trabalhadora, informa que Lewandowski agora absolve “político do PT” – uma qualificação mais relevante do que o nome do próprio réu, João Paulo Cunha.
Na sessão desta quinta-feira, como se sabe, Lewandowski fez um contraponto ao relator Joaquim Barbosa e votou pela absolvição de João Paulo Cunha nas acusações de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. O ministro revisor considerou normal a licitação que contratou a agência de publicidade de Marcos Valério pela Câmara dos Deputados, apresentou laudos comprovando a prestação dos serviços e também avalizou a contratação de uma assessoria de comunicação pelo parlamento – em moldes semelhantes, ele lembrou, aos do Supremo Tribunal Federal. O ministro fez ainda uma ponderação relevante em relação aos chamados bônus de volume: prática criada pela Rede Globo, essa comissão paga às agências distorce o mercado publicitário brasileiro, mas é dinheiro privado, não público.
Lewandowski deu apenas um voto, entre 11 ministros. No caso de João Paulo, até agora, há um empate: um voto pela condenação de Joaquim Barbosa, um pela absolvição de Joaquim Barbosa. Mas não são apenas os réus que estão sendo julgados na Ação Penal 470. Há também o julgamento dos ministros do STF pelos meios de comunicação.
No caso de Lewandowski, no que depender do Globo, ele já foi condenado. Na edição, ele é quase um personagem contratado para defender mensaleiros petistas. Na coluna de Merval Pereira, principal articulista político do jornal, se voto é considerado “sem nexo”. De certa forma, acaba sendo um recado para os ministros que ainda votarão.
Extraído do sítio Brasil 247
Extraído do sítio Brasil 247
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