A capa da revista Veja vem com uma foto de Marcos Valério, em preto e branco, ou melhor, em preto e vermelho no fundo. O vermelho é previsível, e não é por acaso, no estilo clássico da revista Veja de fazer terrorismo com o partido criado pelo presidente Lula e que elegeu a presidenta Dilma, o PT.
O título: "Os segredos de Valério". No subtítulo uma aparente revelação (só aparente, para enganar os bobos): "Não podem condenar apenas os mequetrefes. Só não sobrou para o Lula porque eu, o Delúbio e o Zé não falamos".
Sem ler a revista (me recuso a comprar), duvido que tenha algo de verdadeiro e revelador de fato. É mero balão de ensaio da revista para armar o desejado golpe.
A frase atribuída a Valério (duvido que seja verdadeira, pois já foi noticiada e desmentida em julho), visa condenar José Dirceu, Delúbio e o próprio Valério na próxima etapa do julgamento da Ação Penal 470. Por isso é mentira da revista: Valério não diria isso, nem por blefe, antes do veredicto da próxima semana, pois seria confissão do que está sendo acusado, inclusive prejudicando eventuais embargos após o julgamento.
Então fica claro o plano de golpe da Veja, que é retomar a agenda do impeachment de 2005, com adaptações para 2012.
A Veja quer condenar Dirceu, Delúbio, e mais ainda Valério num primeiro ato, na esperança de que Valério, quanto maior for a pena, mais resolva atirar a esmo para todos os lados, e mais seja cooptável pelos demotucanos.
Depois, a turma da Veja quer atacar Lula, via judiciário, para, por fim, derrubar Dilma.
Enquanto Lula estiver forte e for opção como candidato, não adianta enfraquecer Dilma, porque Lula voltaria em 2014 se Dilma estivesse enfraquecida até lá (por isso FHC sempre atacou Lula e poupou Dilma, só que sem obter sucesso).
Assim, a capa da Veja desenha que, junto aos demotucanos, quer buscar uma vulnerabilidade para aplicar um golpe no tapetão do judiciário que impeça Lula de ser candidato em 2014.
Se conseguissem afastar Lula do caminho, Dilma ficaria um alvo mais fácil. A agenda da "faxina" para derrubar ministros voltaria com força total, até virar-se para derrubar a própria presidenta, senão antes, nas urnas, em 2014.
Esse é o plano deles. E qual o nosso plano? Não me refiro às burocracias partidárias, nem dos palácios, e sim a nós cidadões ativistas e militantes, lulistas.
Somos fortes na política, nas urnas, na internet, e nos movimentos sociais e populares.
O primeiro passo é não titubear e votar em massa no máximo possível de prefeitos e vereadores comprometidos contra o golpismo, e engajar na campanha para conquista votos.
Prefeitos e vereadores também influem na correlação de forças políticas nacionais, e a eleição municipal pode não afetar muito a eleição presidencial, mas afeta a resistência a golpes, e afeta a bancada a ser eleita na Câmara dos Deputados em 2014, pois apoio de prefeitos ajuda a eleger deputados.
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