16 setembro 2012

SERRA FAZ POUCO DA INTELIGÊNCIA DO ELEITOR PAULISTANO - José Dirceu

Engraçado como o candidato do PSDB, José Serra, sabatinado pela Folha-UOL nesta sexta (14.9), explica os problemas do seu afilhado e sucessor político. Serra vive em outro mundo e não tem humildade para reconhecer sequer a grave situação do trânsito caótico em Sampa e a responsabilidade dele, do governo do Estado e do seu afilhado e sucessor nos graves problemas do transporte coletivo de Sampa. 

Falta com o respeito os eleitores, não tem nenhum compromisso com a realidade da cidade em que vive. É verdade que, como andou usando helicóptero para se movimentar durante a campanha, não teve muitas condições, talvez, para perceber as dificuldades do paulistano comum.

Pois o candidato tucano atribuiu o baixo índice de aprovação do prefeito Gilberto Kassab – ele tem 48% de ruim ou péssimo segundo o Datafolha – a críticas da oposição. Para José, os problemas que o paulistano vive no seu dia a dia, devido a uma administração ausente, se devem à oposição ou à comunicação da prefeitura, que “não funciona”. Desde quando "comunicação bem feita" pode substituir metrô e corredor de ônibus e fazer as pessoas irem mais rápido de casa para o trabalho e vice-versa?

José nega, ainda, que seja “padrinho político de Kassab”. No entanto – é o caso de perguntar – quem deu a Kassab todas as condições para se lançar politicamente, ao aceitá-lo como vice e, ainda, ao deixar a cidade em suas mãos um ano e seis meses depois de ter assumido? Além de tê-lo apoiado na disputa contra Alckmin, do mesmo partido que ele, quando este pleiteou a reeleição?

Sobre o transporte na cidade, disse ser contra o pedágio urbano e o aumento do rodízio: "Você não tem um sistema de transporte à altura. Vai ser um suicídio”. Só esqueceu de completar por que São Paulo não tem um sistema de transporte à altura: porque, entre outras razões, os governos tucanos não construíram praticamente nada de novas linhas de metrô e seu afilhado Kassab abandonou a construção e a manutenção dos corredores de ônibus.

Explicações sem pé nem cabeça sobre a rejeição

Sobre o elevado índice de rejeição, culpou também o PT e a metodologia das pesquisas: para ele, é natural que o eleitorado do PT tenda a rejeitá-lo (mas José está olhando aí os números de uma maneira estranha, pois sua rejeição chega a 46% enquanto que o eleitorado petista, indicam as pesquisas, não chega a este patamar...). 

E, já que os números não lhe são favoráveis, que tal dizer que a metodologia das pesquisas está errada? Pois é isso mesmo: "Esse dado de rejeição não é um dado relevante. Tem que ver a metodologia [dos institutos]", afirmou o tucano.

No Estadão, o humorista Tutty Vasques escreve em sua coluna no Tutty Humor: “Detectada em 38% das intenções de voto em São Paulo, a rejeição a José Serra pode derrota-lo já no primeiro turno”. Mas o humorista ainda favoreceu Serra. Usou o menor índice de rejeição entre os que aparecem nas últimas pesquisas. Há outro, do Datafolha, que é de 46%, e não os 38% do Ibope.

Extraído do Blog do Zé Dirceu

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