15 setembro 2012

DILMA CANCELA VISITA A CIVITA. ACORDOU? - Altamiro Borges


A revista Exame promoveu ontem (14) um fórum para discutir “O Brasil e as empresas brasileiras no novo cenário mundial”, reunindo executivos das megacorporações. Paul Krugman, prêmio Nobel de Economia, e o ministro Guido Mantega foram alguns dos expositores no evento que visa recauchutar as propostas da elite patronal para o enfrentamento da grave crise capitalista. Mas o “fórum” parece que foi abalado com o anúncio da nova edição da Veja, do mesmo Grupo Abril, que ataca o ex-presidente Lula.

Segundo Marcos Damiani, do sítio Brasil 247, “o constrangimento foi geral, a ponto de o presidente do Grupo Abril, Roberto Civita, no melhor estilo dos jogadores de futebol que reprovam o técnico ao serem preteridos, sair do salão de eventos do hotel Unique, em São Paulo, na sexta-feira 15, meneando a cabeça. Pela manhã, por volta das 10h00, sob a elegante justificativa de não ter um membro de sua família para acompanhá-la, a presidente Dilma Rousseff cancelou compromisso pré-agendado com Civita para o almoço”.

Guido Mantega também se retira

Ainda segundo o jornalista, “pouco mais tarde, durante o evento Maiores e Melhores, da revista Exame do mesmo Civita, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, levantou-se sem prévio aviso da mesa de debates da qual participava, ao lado do prêmio Nobel de Economia Paul Krugman e, outra vez, do próprio Civita, para se retirar em definitivo do recinto, diante de dezenas de empresários. Os dois gestos foram imediatamente compreendidos como um protesto do governo pela matéria de capa da revista Veja”.

A presidente Dilma e seus ministros têm prestigiado vários eventos do Grupo Abril – isto para não falar da generosa publicidade oficial nas publicações da famiglia Civita, principalmente na Veja. Há boatos de que setores do governo até toparam um “acordo” para evitar que Policarpo Junior, editor-chefe da revista, e Bob Civita, chefão do grupo, fossem convocados para depor na CPI do Cachoeira, acusados de ligação com o crime organizado. Se o “acordo” existiu, ele foi de uma ingenuidade – ou burrice – descomunal.

Fim do "namorico com a mídia"?

Agora, a Veja parte para o tudo ou nada na reta final das eleições municipais. Visa beneficiar os candidatos da oposição demotucano e, numa visão mais estratégica, alvejar o ex-presidente Lula, “o chefe do mensalão”, satanizando o conjunto das forças de esquerda no país. A nova edição da revista lembra a fábula do sapo e do escorpião e prova que não há acordo possível com um império midiático que sempre foi um bastião da direita nativa. Será que a presidenta Dilma acordou e decidiu encerrar seu “namorico com a mídia”? Duvido!

Extraído do Blog do Miro

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