A frase é de Roberto Jefferson, insatisfeito com a reportagem deste fim de semana da revista, que sugere que ele receba o perdão judicial pela delação que fez.
Neste domingo, às vésperas de ter sua sentença definida pelo Supremo Tribunal Federal, Roberto Jefferson, presidente do PTB, se dedicou a postar em seu blog. Negou o papel de dedo-duro e disparou ataques contra a revista Veja, que, nesta semana, publicou reportagem sugerindo que ele poderá receber o perdão judicial, numa espécie de delação premiada. "Já já o Civita morre, depois de ter vivido uma vida apodrecida, e, finalmente, o controle editorial da "Veja" muda e, quiçá, muda para melhor", escreveu. Leia os posts de Jefferson:
Is com pingos, alhos sem bugalhos
O STF inicia o julgamento das acusações feitas contra mim. E a mídia entendeu que tal era um sinal verde para matérias (pouco) jornalísticas nas quais sou chamado de "delator" do mensalão. Delator é ex-carequinha que, com o rabo entre as pernas, negocia escondido em gabinetes de promotores e faz chantagens com o que, quiçá, sabe. Não sou delator, pois não sou quadrilheiro, crime que sequer foi-me imputado. Sou quem fez uma denúncia política, a céu aberto no foro próprio, o Congresso. Delator, uma vírgula! Tudo o que eu fiz foi falar a verdade!
O que espero
Repito aqui o que tantas vezes já falei à imprensa, mas que muitas vezes tem o dom de esquecer as palavras que não quer ouvir para dizer as ilações que vendem mais: a minha denúncia foi política, no Congresso Nacional, do qual era membro e no qual sempre atuei e sempre honrei os votos que me foram confiados. O Judiciário não me pertence, como também não pertence a ninguém que não seja juiz togado com ilibado e reconhecido saber jurídico. O Judiciário tem os fatos, tem as provas, tem minhas palavras e com elas pode fazer o que achar melhor. Bem porque os fatos, as provas e as palavras não vão a lugar nenhum e não pertencem a mais ninguém, nem mesmo a mim. Agora só me cabe esperar ser julgado pelo que fiz e como o fiz. É o que deve ficar sob o olhar dos ministros do Supremo Tribunal Federal.
E por falar a verdade...
Bem que me ofereceram a delação premiada. Mas eu a recusei, porque delação é coisa de canalha. Não pedi a delação e também não a aceito. E fica a dica: se me oferecerem, recuso novamente. A mim me basta a denúncia que já fiz, a luz que eu já acendi no Brasil, pois continuo a agir desta forma, sob a luz.
E por falar a mentira... (1)
Essa semana, logo após sair do hospital em mais uma dolorosa internação em razão de meus problemas de saúde, dei um voto de confiança e recebi em minha casa um repórter da revista "Veja", que para lá mandou um jornalista que já era meu conhecido e por isso tinha minha confiança. A revista aproveitou-se dessa proximidade para, de novo e infelizmente, trair o voto de confiança de quem acredita que jornalistas fazem jornalismo, e produziu uma matéria pouco exata, para dizer o mínimo, e mentirosa, para dizer a verdade. O que era para ser o perfil teve metade do texto dedicado a atribuir a mim ações que não foram minhas e não existiram.
E por falar a mentira... (2)
Assim, por falar da mentira, não custa esclarecer a verdade: a revistinha diz que eu teria confessado o recebimento de R$ 4 milhões para que meu partido, o PTB, "apoiasse o governo Lula". Mentira! Mentira deslavada e das mais desonestas! O dinheiro que nunca neguei ter sido entregue ao partido, bem porque nunca neguei ou manipulei a verdade como é de praxe a revistinha fazer, não era nem nunca foi para comprar apoio. Era dinheiro para as campanhas eleitorais municipais que então se avizinhavam, como se avizinham a cada quatro anos. Mentira capenga e manca, porque o PTB, então, já era base de apoio do governo Lula e, por isso, não precisava ser vendido. Mentira manca, de tão curtas que são as pernas, porque o PTB nunca esteve à venda. E já que a "Veja" precisa corrigir suas letras, pode também explicar quais os "muitos casos de corrupção" que me atribuiu em mais uma frase desconexa da revista que só serve de ataque gratuito e mentiroso.
Não é questão de escolha
A verdade que existe, a verdade que eu falei no Congresso, não é, pelo visto, a verdade que a "Veja" quer. A revistinha, ao invés de jornalismos, quer apenas as linhas baratas, as linhas pouco verdadeiras, para impor a sua versão. Ao assim fazer, a revistinha suscita rancores e desrespeita a mim, que lhe recebi na minha casa por três longas horas, o STF, que não está a seu serviço ou a serviço de suas versões, e o leitor, que paga por jornalismo e leva versões baratas e distorcidas para casa.
Apesar de você...
Que a revistinha continue, depois de tantos anos, a não entender o que é jornalismo e como falar a verdade sem versões deturpadas, não importa. Eu continuo contra o tal controle social da mídia que o PT grita a cada notícia ruim e, mais do que isso, a favor da liberdade de imprensa e, especialmente, de expressão. Não é uma pequena revista que mudará minha crença e minha convicção, assim como não consegue, por mais que tente, mudar a verdade. Afinal, ninguém é eterno. Já já o Civita morre, depois de ter vivido uma vida apodrecida, e, finalmente, o controle editorial da "Veja" muda e, quiçá, muda para melhor. Assim como eu também não sou eterno. Eterno mesmo é a verdade do que eu falei, que sobreviverá às versões deturpadas, que querem mudar à força, ditatorialmente, minhas palavras e meus atos. E se a verdade é eterna, não custa repeti-la: não vendi meu partido, os R$ 4 milhões não foram para isso, eu apenas recebi dinheiro para as campanhas do PTB em âmbito municipal, nas eleições de 2004.
Extraído do sítio Brasil 247
Extraído do sítio Brasil 247
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