Quase um sexto da população da maior economia europeia vive em risco financeiro, com menos de 952 euros por mês. Taxa é a mais alta registrada desde 2005.
Quase um a cada seis alemães vive em risco de pobreza, divulgou o Departamento Federal de Estatísticas (Destatis) nesta quarta-feira (17/10). A taxa, referente ao ano de 2010, é a mais alta desde que os dados começaram a ser levantados, em 2005.
Um indivíduo é considerado sob ameaça de pobreza quando dispõe de menos de 11.426 euros por ano ou 952 euros por mês, incluindo benefício estatais. A medida relativa leva em consideração aqueles que recebem menos de 60% da renda média nacional.
Os números mais recentes, de 2010, mostram que 12,8 milhões ou 15,8% da população estavam ameaçados naquele ano. A taxa manteve-se praticamente constante com relação à de 2008 (15,5%) e de 2009 (15,6%). Em 2005, a taxa era de 12,2% da população alemã.
Apesar da elevação nos últimos anos, o índice registrado na Alemanha ainda está abaixo da média europeia: 16,4% dos quase 500 milhões de moradores do continente viviam em risco de pobreza em 2010. O Destatis consultou 3.512 lares e 24.220 europeus para a pesquisa, intitulada Das Leben in Europa 2011 (A vida na Europa 2011).
De acordo com o Destatis, pais e mães solteiros correspondem a 37,1% dos ameaçados pela pobreza. Lares com dois adultos abaixo de 65 anos, sem filhos, enfrentam uma situação melhor, com a pobreza afetando apenas 11,3% do total.
Ricos e pobres
Um relatório divulgado em setembro deste ano pelo Ministério do Trabalho da Alemanha havia mostrado que a distância entre ricos e pobres está aumentando na maior economia da Europa.
O estudo, publicado a cada quatro anos, mostrou que 10% dos domicílios alemães detinham 53% do total da riqueza do país em 2008. Em comparação, cerca de metade dos lares detinham apenas 1% da fortuna alemã.
Sindicatos argumentam que a distância entre ricos e pobres foi acentuada por mudanças no mercado de trabalho. Elas mantiveram os custos trabalhistas baixos e o desemprego também relativamente baixo quando comparado aos de outros países da zona do euro abalados pela crise da dívida.
Entretanto, de acordo com o Departamento de Estatísticas da União Europeia (Eurostat), dois terços dos desempregados alemães (67,8%) estão ameaçados pela pobreza. Os dados de 2011, divulgados nesta quarta-feira, indicam que a situação dos desempregados na Alemanha é pior do que a dos do restante do continente. Na França, a taxa era de 33%; na Inglaterra, de 47,4%; e na Espanha, de 39,1%.
Extraído do sítio Deutsche Welle
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