13 junho 2012

SITUAÇÃO NA SÍRIA SE DETERIORA E ONU JÁ FALA EM GUERRA CIVIL

ONU diz que governo sírio já perdeu controle de grandes áreas para oposição
A deterioração da crise na Síria levou a ONU a dizer nesta terça-feira que o país está em um estado de guerra civil e que o governo sírio já perdeu o controle de grandes áreas em algumas cidades para os rebeldes.

"O que está acontecendo claramente é que o governo da Síria perdeu algumas grandes áreas de território, várias cidades para a oposição, e quer retomar o controle", disse o subsecretário-geral de operações de paz da ONU, Hervé Ladsous.

Está é a primeira vez que a ONU manifesta formalmente esse tipo de opinião sobre a situação na Síria.

Os comentários foram feitos no mesmo dia em que monitores enviados pelas Nações Unidas à Síria foram atacados ao tentar chegar à cidade de Haffa, sitiada por tropas do governo.

Segundo Ladsous, o ataque foi deliberado. A ONU diz que, após uma tentativa frustrada de chegar à cidade na segunda-feira, nesta terça-feira os monitores receberam permissão das forças do governo para passar pelo último posto de controle, na entrada da cidade.

No entanto, segundo a ONU, os monitores teriam avaliado a situação como pouco segura e desistido. Quando deixavam a entrada da cidade, foram atacados com pedras e barras de metal jogadas contra eles por uma "multidão enfurecida". Logo em seguida, homens armados não identificados abriram fogo. Nenhum monitor ficou ferido.

Violência

Segundo a correspondente da BBC na sede da ONU, em Nova York, Barbara Plett, diplomatas nas Nações Unidas têm falado nesta semana não apenas na intensificação das operações militares do governo na Síria, incluindo ataques com helicópteros, mas também em um dramático aumento em ataques urbanos mais sofisticados por parte da oposição.



A Cruz Vermelha Internacional – única agência de ajuda internacional ainda em atuação na Síria – diz que o aumento da violência e a deterioração da situação no país têm tornado impossível responder às necessidades humanitárias.

Desde o fim de maio, ativistas de oposição denunciaram pelo menos dois "massacres": em Houla, onde 108 pessoas teriam sido mortas por forças leais ao governo, e na aldeia de Qubair, onde 78 morreram. O governo sírio nega as acusações e diz que as mortes foram obra de "gangues de terroristas armados".

A ONU e os Estados Unidos também vêm alertando sobre um "alarmante aumento" na violência em Haffa. Na segunda-feira, os Estados Unidos disseram temer que o governo sírio estivesse preparando um novo massacre na cidade. Em resposta, Damasco acusou Washington de incitar massacres e terrorismo.
Rússia

Nesta terça-feira, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, voltou a manifestar preocupação com o fornecimento de armas à Síria pela Rússia.

Hillary disse ter informações de que um carregamento de helicópteros de ataque estava a caminho da Síria, o que, segundo ela, iria "agravar o conflito de forma dramática".

A Rússia afirma que seus carregamentos de armas enviados à Síria não estão relacionados ao conflito no país.


Extraído do sítio BBC Brasil

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