14 maio 2012

GRANDE ABC NÃO TEM ALTERNATIVA PARA ATERROS - Camila Galvez

O Grande ABC gera, por mês, 66.523 toneladas de lixo. Desse total, cerca de 5%, ou apenas 3.374 toneladas, são recicladas, o que significa que os 95% restantes vão para aterros sanitários. Com exceção de Santo André, que possui área própria, as demais cidades enviam o lixo para o aterro particular Lara, em Mauá, ao custo total de R$ 5,35 milhões por mês. Para se ter uma ideia, com o valor gasto com lixo em um ano seria possível, por exemplo, que Diadema cumprisse a meta de entregar 650 unidades habitacionais na cidade.

Aterro sanitário Lara, em Mauá
Como parte da exigência da lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, todas as cidades brasileiras devem apresentar até agosto o seu Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. No Grande ABC, apenas São Bernardo concluiu o seu, ainda no ano passado, mas as demais prometem cumprir o prazo, que não deve ser prorrogado pelo governo federal.

No entanto, há poucas opções para substituir a destinação de lixo para os aterros na região. O que a maioria das prefeituras pretende é reduzir a quantidade de resíduos por meio da reciclagem. Santo André é a cidade que está mais avançada nesse sentido: recicla 15% do lixo gerado por mês. As demais não chegam a ultrapassar 2%. Uma das campeãs brasileiras é Curitiba, no Paraná, com percentual de 22%.

O aterro municipal de Santo André, única cidade da região que tem terreno próprio para destinação dos detritos, está no limite. Depois de passar meses fechado, aguarda aval da Cetesb para ampliação da área em 40 mil metros quadrados, que permitirá receber lixo por mais 14 anos. O órgão estadual pediu mais detalhes sobre o estudo de contaminação do solo do terreno, e o Semasa tem 40 dias para apresentar a documentação.

USINA

São Bernardo é o município do Grande ABC que está mais próximo de tirar do papel uma alternativa ao aterro: a Usina Verde, que irá separar o lixo seco para reciclagem e incinerar a parte úmida para geração de energia. Estima-se que 45,8% dos resíduos recolhidos na cidade são orgânicos e serão destinados à queima na usina. O custo estimado da tecnologia é de R$ 300 milhões.

Segundo o secretário de Planejamento Urbano e Ação Regional, Alfredo Luiz Buso, o processo de licitação está em fase final e a vencedora do certame foi o consórcio Revita/Lara. "Nesta semana expira o prazo para qualquer tipo de recurso e logo em seguida devemos começar a elaborar o contrato", afirmou. A expectativa é que as obras comecem ainda neste ano, no terreno do antigo lixão do Alvarenga, e a usina deve estar em operação em 2015.

Quando passar a funcionar, a tecnologia deve gerar 30 megawatts por hora, suficientes para abastecer um município do tamanho de Diadema. A Prefeitura pretende utilizar a energia na iluminação de ruas e prédios públicos. O processo gera 10% de resíduos, que podem ser reaproveitados no recapeamento asfáltico de vias ou na área da construção civil.

Meta é reduzir volume de resíduos por meio da reciclagem

Os planos de resíduos sólidos preveem metas de reciclagem como principal alternativa ao envio de toneladas de lixo para aterros sanitários próximos do limite. Na última análise da Cetesb, que não divulga a vida útil do aterro Lara, o status da área caiu de adequado para controlado.

Em São Bernardo, a meta é reciclar 10% até 2016, por meio da implantação de seis centrais de triagem, 30 ecopontos, 600 PEVs (pontos de entrega voluntária) e coleta seletiva porta a porta, com recurso de R$ 42 milhões.

Em Mauá, o secretário de Meio Ambiente, José Afonso Pereira, estima que até 2028 o município irá reciclar 12% do lixo. "Vamos investir na instalação de ecopontos, PEVs e na central de reciclagem, que será inaugurada em junho."

Ribeirão Pires tem meta ambiciosa, conforme o secretário de Meio Ambiente Temístocles Cristofano. "Nos próximos três anos queremos alcançar 10% de lixo reciclado."

As demais cidades não informaram suas metas.

Extraído do sítio Diário do Grande ABC

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