25 julho 2012

"VIREI UM LEPROSO JURÍDICO"



Com estratégia de se fazer de vítima, Carlos Cachoeira falou por apenas dez minutos à Justiça de Goiás, na tarde desta quarta-feira (25). Em lugar de contar o que sabe, preferiu fazer declaração de amor à Andressa Mendonça: "Ela me deu nova vida, te amo". Escárnio e dissimulação.

247 – Com a calçada da 11ª Vara Federal de Goiás, em Goiânia, tomada por manifestantes, o contraventor Carlinhos Cachoeira concedeu depoimento oficial ao magistrado Alderico Rocha de apenas dez minutos. Em lugar de falar o muito que sabe, porém, o maior réu apontado pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, preferiu se fazer de vítima."Virei um leproso jurídico. Hoje quem me deu voto foi só o desembargador Tourinho, que inclusive chamou os outros de justiceiros, mas um dia tudo vai ser esclarecido e eles vão saber quem eu sou", afirmou, referindo-se ao único desembargador que votou a fazer de um de seus pedidos de habeas corpus.

Além dessa frase, Cachoeira falou na direção da mulher Andressa Mendonça, que estava presente. Fez, então, uma declaração de amor. "Ela me deu nova vida, te amo". Entre os dois momentos de teatralidade, Cachoeira chegou a dizer que gostaria de travar um bom debate com seus acusadores do Ministério Público, mas alegou que, em razão de falhas que seu advogado Marcio Thomás Bastos vê no processo do qual é réu, preferia ficar calado. Analistas do caso acreditam que ele poderá ser condenado a 20 anos de prisão. Após depor, ele foi levado de volta à Brasília, para sua cela no presídio da Papuda.

A exemplo de Cachoeira, apontado pela PF como o chefe da organização criminosa, os outros seis réus ouvidos pela Justiça Federal optaram por depoimentos curtos. O primeiro a falar foi Lenine Araujo, por 13 minutos. Primo do contraventor, admitiu que trabalhou com ele, mas negou fazer parte de uma quadrilha. Ele se recusou a responder porque usava um rádio Nextel cuja conta era paga por Cachoeira. Gleyb Ferreira, igualmente acusado de participar da organização criminosa, negou tudo aos prantos.

O ex-vereador de Goiânia Wladmir Garcez, entre esses depoimentos, também se negou a falar sobre suas relações com Cachoeira. Disse apenas que conheceu os outros acusados por apresentação do próprio contraventor.


Extraído do sítio Brasil 247

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