Cresce a tensão na Grécia às vésperas da chegada da nova missão dos credores internacionais (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu), que irá inspecionar o cumprimento das reformas econômicas no país. Os políticos e a mídia se manifestam cada vez menos preocupados com as consequências de uma possível retirada da Grécia da zona do euro, principalmente na Alemanha.
Uma falência da Grécia acarretaria graves problemas para a Europa, mas estes são banalizados por várias pessoas envolvidas na questão. Esta afirmação foi feita na segunda-feira (23) pelo economista holandês Nick Kounis, do banco ABN Amro, em entrevista à agência de notícias holandesa ANP.
“Uma saída da Grécia da zona do euro é assutadora. As consequências indiretas são enormes e difíceis de serem controladas”, mas, o que eu acho mais assutador ainda é o fato de os políticos não terem noção deste perigo”, disse Kounis.
Caso os empréstimos à Grécia sejam congelados e o país decida sair da zona do euro, todo o sistema da moeda única europeia ficará na corda bamba, alertou o economista holandês, ressaltando ainda que “os mercados não mais verão o euro como uma união monetária, mas, no máximo, como um sistema de taxas de câmbio fixas. Se este sistema pode ser desfeito uma vez, quem garante que não acontecerá novamente? Desta forma, não só a Espanha corre perigo, mas também a Itália voltará a estar na mira dos mercados financeiros”.
Na semana passada, o ministro alemão da Economia, Philip Röster, sugeriu que uma possível saída da Grécia da zona do euro não representa nenhuma tragédia para os mercados financeiros. A mídia alemã chegou até mesmo a dizer que tanto o FMI como a Alemanha não veem mais vantagens em fornecer empréstimos à Grécia.
Para o economista Kounis, os acordos têm como objetivo pressionar o governo grego. Este adiou novas medidas de austeridade e agora tem de, a curto prazo, arregaçar as mangas e tentar o país da falência.
Já se tornou claro que a Grécia não tem condições de satisfazer a todas as exigências do programa de recuperação financeira, disse Nick Kounis. “Mas este fato não precisa desembocar numa retirada da Grécia. É preciso se perguntar o que o governo grego pode fazer. Parece ser inevitável a amortização dos empréstimos gregos, pelo menos enquanto os credores acreditarem na boa vontade do governo da Grécia de realizar as mudanças necessárias.
Para se chegar a uma solução da crise da dívida europeia, é indispensável uma união fiscal, com a qual os países-membros da zona do euro possam dividir parte de suas dívidas, declarou Kounis. Ainda segundo ele, “pensa-se nos meios políticos que a Europa ainda tem muitos anos para formar uma união financeira, mas, a pergunta é: quantos danos poderemos incorrer neste meio tempo?”
Extraído do sítio Independent European Daily Express
Extraído do sítio Independent European Daily Express
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