01 junho 2012

SÓ À OPOSIÇÃO E À VELHA IMPRENSA INTERESSA ENFRAQUECER O STF - Helena Sthephanowitz



Há um boato de má-fé espalhado pela velha imprensa e, infelizmente, repercutido até pelo ministro Gilmar Mendes, de que haveria interesse dos réus do chamado "mensalão", sobretudo petistas, em enfraquecer o STF (Supremo Tribunal Federal). Arrolaram até o nome do ex-presidente Lula em intrigas, acusando-o, através de inferências indevidas, como se ele tivesse algum interesse em enfraquecer o Supremo.

Nada mais falso, e isso pode ser provado por pura lógica.

Se a imagem do STF estiver arranhada para a opinião pública na época do julgamento, quem for julgado inocente, não terá sua inocência reconhecida por boa parte da população, mesmo com provas de inocência, ou falta de provas de culpa. Dirão que "acabou em pizza", inclusive insuflados pelo noticiário venenoso da velha imprensa de ideologia atucanada, que exige condenação, sem dar ouvidos ao outro lado dos fatos, nem à versões da defesa, nem conceder o benefício da dúvida.

Vários réus tem vida política e dependem de sua boa imagem pública para continuarem disputando cargos eletivos com chances e terem protagonismo político. Um julgamento justo e reconhecido como sendo sério pela população, que leve à inocência, representará um atestado positivo para quem for inocentado, e viabilizará a recuperação do prestígio político. Se a imagem do STF estiver arranhada, e o imaginário popular ficar pensando que foi "pizza", esse atestado não terá o mesmo valor para a carreira política do inocentado.

Além disso, no julgamento, será a primeira vez em que a velha imprensa será obrigada a fazer uma cobertura, por mais manipulada que seja, dando voz aos argumentos da defesa. Até hoje, a pauta única foi um verdadeiro massacre com versão só da acusação. Para conseguir que a população preste atenção aos argumentos da defesa, e que seja convincente, é preciso que o julgamento e o STF tenham credibilidade.

Tampouco teria alguma valia enfraquecer o STF para quem fosse condenado. De que isso adiantaria? Não existe outro tribunal a quem recorrer, os cargos dos ministros são vitalícios e irremovíveis, então não faz sentido para quem é réu, enfraquecer quem não é adversário político a ser vencido nas próximas eleições e, talvez, sua única chance seja algum recurso no próprio tribunal.

Acrescente-se a isto que, antes do julgamento, nenhum réu em seu perfeito juízo irá procurar afrontar os juízes. A contenda dos réus é com os argumentos da promotoria e não com os juízes.

Quem quer deixar o STF de joelhos é a oposição e a velha imprensa. Querem criar um clima de intrigas e de constrangimento, para que qualquer absolvição pareça que "termina em pizza", perante a população.

Por tratar-se de um julgamento de forte conotação política, amplamente noticiado na mídia, é natural que despertem paixões de um lado e do outro, e cada qual exerce sua liberdade de expressão de acordo com suas convicções e até mesmo torcida, no caso de militâncias partidárias. Que a data do julgamento é inoportuna pela coincidência do calendário eleitoral, até os ministros que cumprem jornada dupla no STF e TSE sabem disso, e melhor seria até se tivesse sido julgado no ano passado. Além disso todo mundo sabe da evidente exploração política que será feita pelos partidos de oposição e da imprensa de oposição, como uma verdadeira campanha eleitoral paralela. Mas são ossos do ofícios que os petistas, sobretudo, terão que enfrentar, como já enfrentaram em momentos de adversidade pior. O Judiciários tem seu ritos processuais, então que os siga conforme as boas normas republicanas.

Mas façamos um levantamento do noticiário e dos pronunciamentos e declarações de políticos para ver que quem coloca esse assunto em pauta na imprensa toda hora é quem pressiona pela condenação. Quem tenta colocar "faca no pescoço" no STF, é quem exige condenação. Vejam bem a que ponto chegamos, como pode órgãos de imprensa "exigir" condenação antes do julgamento soberano do Supremo? E sem separar o joio do trigo entre os 36 réus, muitos respondendo por delitos diferentes, uns mais graves, outros menos. E sem analisar sobre quem há provas e sobre quem não há. Na velha imprensa tratam todos pelo termo pejorativo de "mensaleiros", como se condenados já estivessem e todos tivessem cometidos os mesmos crimes.

Enquanto isso, o que se nota é que do outro lado, dos réus e seus simpatizantes e da imprensa de esquerda, salvo raras exceções, tem tido uma atuação até bastante serena, respeitosa e confiante na justiça, cobrando apenas um julgamento justo que atenha-se as provas e fatos verídicos, sem submeter-se à "faca no pescoço" da opinião publicada.


Extraído do sítio Rede Brasil Atual

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