Críticas à situação dos direitos humanos na Ucrânia, coanfitriã da UEFA Euro 2012, dominaram os jornais na contagem regressiva para o torneio. Espanha e Alemanha são principais favoritas este ano.
É a primeira vez em 36 anos que a Eurocopa volta a se realizar no Leste da Europa. A última vez foi em 1976, quando os melhores times de futebol do continente competiram pelo título na Iugoslávia.
Mas o futebol não é o único tema, quando se fala sobre o torneio da UEFA na Polônia e na Ucrânia. Nos últimos meses, o esporte ficou muitas vezes à sombra da política. A detenção da líder da oposição ucraniana, Yulia Tymoshenko, por alegações de abuso de poder enquanto primeira-ministra, dominou as manchetes dos jornais.
Muitos líderes políticos europeus, entre eles o novo presidente francês, François Hollande, não vão viajar para a Ucrânia em protesto contra as violações dos direitos humanos no país. "Amo futebol, mas o que se passa na Ucrânia é um problema", disse Hollande.
Custos explosivos
Ao entregar a realização da Euro 2012 a um Estado da antiga União Soviética, a União das Federações Europeias de Futebol (UEFA) esperava acelerar a democratização do país. Mas a Ucrânia tornou-se um caso problemático, não só no que diz respeito à política.
A UEFA ameaçou retirar a Eurocopa do país várias vezes, devido à lentidão dos preparativos. Além disso, os custos explodiram. Economistas preveem que a Ucrânia saia do torneio com um saldo negativo de bilhões de euros. As perspectivas para a coanfitriã, a Polônia, são bastante melhores, ainda que tenham diminuído as esperanças de um boom econômico depois da Eurocopa.
Promoção para a Euro em Kharkiv, Ucrânia |
Espanha e Alemanha são favoritas
Em nível esportivo, os países anfitriões não estão entre os times favoritos ao título europeu. Tanto a equipe polaca como a ucraniana já ficariam contentes se passassem além da primeira rodada do torneio.
A Espanha e a Alemanha são novamente apontadas como favoritas. A equipe espanhola, atual campeã europeia e mundial, dominou o futebol nos últimos anos e lidera os rankings mundiais com margem de vantagem. Ainda assim, estarão ausentes dois jogadores fundamentais: o zagueiro Carles Puyol e o atacante David Villa não vão poder jogar devido a lesões.
A Alemanha é o time mais jovem da UEFA Euro 2012, com uma média etária de 24,4 anos. A maior parte dos comentadores diz que o time tem mais vantagens que a Espanha – ainda que os últimos jogos de preparação tenham passado outra ideia. "Definitivamente, não creio que haverá falhas", disse o treinador da equipe alemã Joachim Löw. A Alemanha não vence a Eurocopa desde 1996.
Time alemão (de camiseta branca) está entre favoritos |
No entanto, uma vitória alemã não será fácil. O time vai enfrentar logo na primeira rodada vários ossos duros de roer: Portugal, Holanda (vice-campeã mundial) e Dinamarca. Muitos olham também para a Holanda como possível vencedora da Euro. Neste segundo grupo de favoritos estão também a França e a Itália. Ambas as equipes se recuperaram do mau desempenho na primeira rodada da Copa do Mundo de 2010. A França está incansável: já não perde há 20 jogos. Também a Inglaterra poderá ter algo a dizer na hora da entrega do título.
O jogo de abertura entre os anfitriões da Polônia e a Grécia transcorrerá esta sexta-feira (08/06) na capital Varsóvia. A final se realiza em 1º de julho em Kiev, capital da Ucrânia. Também haverá jogos em Danzig, Breslau e Posen, na Polônia, bem como em Donetsk, Kharkiv e Lviv na Ucrânia.
Grande dispositivo policial
Ambos os países anfitriões estão bastante preocupados com a questão segurança. A Polônia anunciou controles apertados nas fronteiras. Os hooligans deverão ser interceptados logo à entrada no país. Cerca de 10 mil agentes de segurança estarão de serviço durante a Eurocopa.
A Ucrânia terá 7 mil oficiais vigiando as grandes cidades nos dias dos jogos. O governo em Kiev sublinhou que não haverá qualquer tolerância para infratores violentos.
A organização internacional de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional aponta que as forças de segurança ucranianas ultrapassam com frequência os limites legais, ao intervir mais duramente – não só contra elementos da oposição, mas também contra torcedores de futebol.
Extraído do sítio Deutsche Welle
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