O que dizer de um país, onde 11 famílias detêm o monopólio da "opinião publicada" - sim pois quando eles (os donos dos jornais), declaram que aquilo que está publicado em seus jornais, "é opinião pública" - na verdade, trata-se da opinião exclusiva "deles", que fazem uso da nossa opinião, sem pedir procuração.
O escândalo, envolvendo a revista Veja, com uma quadrilha de contraventores do jogo do bicho, faz de Rupert Murdoch, magnata da mídia inglesa, um escoteiro mirim. No entanto, pirotecnias implementadas, no sentido de blindar Roberto Civita, dono da revista Veja e do Grupo Abril, parece que te surtido resultados, pois até aqui, nada aconteceu.
No dia 08/05/2012 - o jornal "O Globo" da família Marinho (um dos 11 donatários da opinião públicada), em editorial, defendeu Roberto Civita, em editorial sob o título, "Roberto Civita não é Rupert Murdoch" - leia aqui - uma defesa, prá lá de apaixonada, ridícula, e sem fundamentos, porém, ele é o dono da nossa opinião, como nós não temos um jornal para contestá-lo, vale o escrito. Leiam o editorial, para mensurar até onde vai, a cara de pau, e impáfia de quem tem poder de escrever aquilo que bem entende, na certeza da falta de contestação a altura.
Leia, um trecho do editorial apaixonado
" (...) Comparar Civita a Murdoch é tosco exercício de má-fé, pois o jornal inglês invadiu, ele próprio, a privacidade alheia. Quer-se produzir um escândalo de imprensa sobre um contato repórter-fonte. Cada organização jornalística tem códigos, em que as regras sobre este relacionamento - sem o qual não existe notícia - têm destaque, pela sua importância. Como inexiste notícia passada de forma desinteressada, é preciso extremo cuidado principalmente no tratamento de informações vazadas por fontes no anonimato. Até aqui, nenhuma das gravações divulgadas indica que o diretor de "Veja" estivesse a serviço do bicheiro, como afirmam os blogs, ou com ele trocasse favores espúrios. Ao contrário, numa das gravações, o bicheiro se irrita com o fato de municiar o jornalista com informações e dele nada receber em troca..."
O que esperar de uma democracia capenga, onde a imprensa não está à serviço da verdade imparcial? O que esperar de uma democracia, onde ministros do STF, se manifestam fora dos autos em tempo integral, e pela imprensa que manipula a opinião pública? O que esperar de uma democracia, onde o Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, pede a condenação dos réus, porém declara em pleno julgamento do processo do mensalão, que "não existem provas, pois quadrilhas, não deixam rastros" - ou seja, a declaração desconstrói a tese de que "não existe crime perfeito" - ou seja, ninguém comete um crime tão perfeito, a ponto de não deixar prova alguma na cena do referido crime.
O desespero da imprensa, "que é oposição"
O Globo (18/3/2010) publicou a seguinte declaração de Maria Judith Brito, presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) e executiva do grupo Folha de S.Paulo:
"A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação e, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o governo."
A falta de ar, provocada pelas ações inócuas implementadas até aqui, é que, todas as mentiras e factoides desferidos até o momento, não produziu efeito prático e concreto. Observem que em pleno julgamento do mensalão, sai um pesquisa, onde Lula e Dilma, está bombando, numa demonstração de que apesar da "opinião publicada" - a "opinião publica" - tá cagando e andando para essa manipulação toda, referente a criminalização dos 38 réus do mensalão, sem provas, como o próprio Procurador Roberto Gurgel, admite que não existem.
O conluio imprensa, bandidos e justiça
Como pode, uma órgão de imprensa estar metido com quadrilha de bandidos, juntamente com Senador da República (Demóstenes Torres - DEM/GO), e nem o dono da revista Roberto Cívita, nem o jornalista Policarpo Jr, serem convocados à prestar esclarecimentos públicos, sobre as falcatruas que aparecem no vídeo acima?
A imprensa no Brasil, caiu num descrédito tão grande, que a população em geral, sequer vê, lê, ou escuta aquilo que eles publicam. Num quadro preocupante, onde a oposição deixou de existir desde 2003 - uma imprensa que perdeu completamente a credibilidade. Quem sofre com isso, é a combalida democracia, onde tudo virou um angu, parece que tudo virou uma coisa só.
Já publiquei neste blog, opinião de preocupação com relação ao quadro que se apresenta - leia aqui - e assista o vídeo com as 11 famílias que são donas da nossa opinão - onde sem dúvidas, dá sinais, de que estamos bem próximos do advento de grandes mudanças, que não se sabe quais são, daí os motivos da inquietação, pois estamos 24 hs sob ameaça de que "algo está para acontecer", o Brasil esta funcionando há 10 anos, sem oposição no Congresso Nacional. A única iniciativa "capenga" de oposição durante todo esse período, coube às 11 famílias donatárias da "opinião publicada".
Numa democracia plena, é saudável que os poderes funcionem em harmonia, porém o quadro que ora se apresenta é o seguinte: um partido que ganhou o governo mas não ganhou o poder, um Congresso cuja base aliada é um saco de gatos, não passa a menor segurança de governabilidade, uma vez que tudo é decidido no "balcão de negócios" - e finalmente, um judiciário lento, caro e injusto com o cidadão, e de quebra, com ministros e juízes se pronunciando fora dos autos, emitindo opiniões condenatórias sobre processos que correm em segredo de justiça, como se tivesse num boteco tomando cerveja com os amigos.
Pobre democracia essa nossa....
Extraído do Blog do Paulinho
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