30 abril 2012

QUEM É O INCOERENTE? - Cristina P. Rodrigues


Entendo que a situação de parte da imprensa gaúcha é mesmo delicada. Por exemplo, Rosane de Oliveira, a colunista de política da RBS. Como criticar o governo do estado por não pagar o piso ao magistério se ela apoiou os governos que mais contribuíram justamente para sucatear o salário da categoria?

Não é fácil mesmo resolver esse problema. Aí resta apelar para a incoerência e fazer uma manobra pra criticar sem se contradizer abertamente e, ao mesmo tempo, sem ficar mal com a opinião pública, o que aconteceria se defendesse que o governo simplesmente não pagasse o piso. O resultado é um texto publicado na Zero Hora deste domingo que deixa o governador sem alternativa: ou é irresponsável ou incoerente. Se correr o bicho pega; se ficar o bicho come.

Segundo a argumentação da colunista, não tem escapatória: ou Tarso dá o piso e é, portanto, irresponsável, já que o estado não tem dinheiro para isso; ou não dá o piso e é incoerente com seu discurso de campanha. O engraçado é que Rosane demonstra concordar com o governo, sabe que não tem como pagar o piso integral, mas não pode simplesmente dizer isso, porque aí estaria elogiando um governo que ela não apoia. Não pode, né. Mas por que ela não apoia um governo com o qual concorda?

E o Tarso é que é incoerente…

Mas não é tão difícil assim achar a explicação. Rosane não pode dizer que o governo tem que dar o piso, mesmo que pensasse isso, porque apoiou os governos anteriores, que não só não deram os R$ 1.451,00 como concederam reajustes pífios à categoria (e a todas as outras categorias do funcionalismo). Então, em vez de dizer que o governo atual está dando um reajuste histórico e valorizando a categoria como há muito tempo não se via, ela diz que ele está sendo incoerente.

É uma postura estranha essa, mas não incompreensível. É estranha porque não liga muito para o contexto, o que não condiz com o bom exercício da profissão. Mas não é incompreensível quando a gente pensa que os interesses do jornal não são mesmo fazer bom jornalismo e valorizar o cidadão gaúcho.


Ironicamente, ao contrário do que diz dos outros, é Zero Hora que é incoerente com o discurso. Mas é extremamente coerente com sua postura comprometida com o empresariado e com interesses neoliberais, que sempre adotou e mantém até hoje.


Extraído do blog Somos Andando

O GLOBO JÁ ATACA BRIZOLA NETO - Altamiro Borges



Nem bem foi anunciado como novo ministro do Trabalho, o deputado Brizola Neto já é alvo das intrigas e futricas do jornal O Globo. Na sua versão online, a matéria principal ofusca os vínculos do parlamentar com o sindicalismo e mesmo a sua experiência na área, como ex-secretário do Trabalho do Rio de Janeiro. A manchete apenas estimula a cizânia. “Deputados do PDT criticam a escolha de Brizola Neto”.

O jornal entrevista o vice-presidente da sigla, deputado André Figueiredo, que resmunga que “o partido nunca foi chamado para conversar”. Mas não enfatiza que o presidente da legenda, Carlos Lupi, reuniu-se com a presidenta Dilma Rousseff e concordou com a escolha. Também não realça que todas as centrais sindicais fizeram campanha pela nomeação do jovem deputado.

Motivos da fúria da famiglia Marinho

O texto é puro veneno. Apresenta o novo ministro como se fosse um estranho no PDT, “um queridinho da presidente”, deixando de informar que Brizola Neto é vice-presidente nacional da sigla e foi líder da bancada na Câmara Federal em 2009. Os ataques, porém, não causam estranheza. O Globo sempre atacou o ex-governador Leonel Brizola e nunca perdoou o seu neto.

Num outro artigo, com menos destaque, o jornal explicita alguns dos motivos da sua fúria contra o novo ministro. Após informar que ele confirmou presença no ato do Dia Internacional dos Trabalhadores, no Rio de Janeiro, que tem como pauta a luta pela redução da jornada de trabalho e pelo fim do fator previdência, o texto apresenta uma curta biografia:

“Aos 33 anos, Carlos Daudt Brizola, cujo nome político é Brizola Neto, é o mais jovem ministro do governo da presidente Dilma Rousseff. Neto do ex-governador Leonel Brizola (morto em 2004), ele nasceu em Porto Alegre e está no seu segundo mandato como deputado federal pelo Rio de Janeiro...”.

“Brizola Neto dedica boa parte dos textos publicados na internet para defender as investigações de irregularidades envolvendo o empresário de jogos ilegais Carlos Augusto Cachoeira, o Carlinhos Cachoeira. Além disso, ele apoia a candidatura do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, à reeleição e critica a imprensa, a qual considera tendenciosa”. Está explicado!

Extraído do Blog do Miro

ECONOMIA ESPANHOLA VOLTA A CAIR E ENTRA EM RECESSÃO



PIB recua 0,3% pelo segundo trimestre consecutivo e país europeu entra em recessão, a segunda vez desde 2008.

Depois do Reino Unido é a vez da Espanha anunciar que está oficialmente em recessão. A economia espanhola caiu 0,3% no primeiro trimestre de 2012, segundo dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) nesta segunda-feira (30/04), em Madri.

O Produto Interno Bruto (PIB) espanhol já havia caído 0,3% no último trimestre de 2011. Dois semestres consecutivos de queda configuram recessão. A notícia não causou supresa, pois o Banco de España havia anunciado que esperava uma retração de 0,4%.

É a segunda recessão enfrentada pela Espanha desde 2008: o país havia entrado em recessão no último trimestre daquele ano e voltou a crescer apenas no primeiro trimestre de 2010.

A Espanha está há quatro anos numa grave crise econômica e na semana passada viu seu índice de desemprego subir para 24,44%.

Segundo o INE, o recuo da economia no primeiro trimestre de 2012 se deve à queda na demanda interna, compensada apenas parcialmente pelas exportações.


Extraído do sítio Deutsche Welle

FAZENDAS EÓLICAS 'AQUECEM' TEMPERATURA LOCAL, DIZ ESTUDO - Richard Black

Áreas perto de fazendas éolicas tendem a esquentar mais, segundo pesquisa
Fazendas eólicas podem afetar as condições meteorológicas das regiões em que se situam, provocando a elevação de temperaturas durante a noite.

Essa foi a conclusão de um estudo realizado no Estado americano do Texas. Os pesquisadores usaram informações de satélites e observaram que áreas situadas perto de turbinas eólicas tendem a esquentar mais do que as que não contam com fazendas eólicas nas imediações.

A pesquisa, publicada na revista especializada Nature Climate Change, confirmou as conclusões de um estudo anterior, datado de 2010, também realizado em uma região específica dos Estados Unidos e que utilizou modelos criados por computador para mostrar que fazendas eólicas podem provocar aquecimento regional.

Os cientistas acreditam que o aquecimento é provocado pelas turbinas das usinas, que liberam ar quente ao nível do solo.

A área em que foi feita o estudo, localizada no centro-oeste do Texas, registrou um crescimento no número de programas de construção de turbinas, em meados da década passada, passando de 111 em 2003 para 2325 apenas seis anos depois.
Sensores de incêndios

Pesquisadores utilizaram informações geradas pelos sensores Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer (Modis), contidos nos satélites Aqua e Terra, da Nasa, que são capazes de medir radiações infravermelhas emitidas por incêndios na superfície do planeta.

As informações geradas pelos Modis podem ser transformadas rapidamente em ''mapas ativos de incêndios'', que permitem localizar focos de incêndios florestais e avaliar para onde eles estão se movendo. Essas informações costumam ser usadas por corpos de bombeiros.

As informações dos sensores Modis foram usadas para medir as temperaturas na região estudada no começo e ao final do boom de construção de usinas - respectivamente os períodos que vão de 2003 a 2005 e de 2009 a 2011.

Ao longo desse período, a região centro-oeste do Texas como um todo observou um aumento de temperatura - e de forma mais acentuada nas áreas próximas a fazendas eólicas.

Mas os pesquisadores avaliaram que outros fatores podem ter influído nos resultados, como mudanças de vegetação, mas afirmaram que tais fatores ocorreram em escala muito pequena.

As mudanças não ocorreram de forma idêntica em todas as áreas próximas a fazendas eólicas. De acordo com os cientistas, o aquecimento observado foi de cerca de 0.72ºC por década.

O pesquisador-sênior Liming Zhou advertiu que a experiência não representa um sinal de que as temperaturas seguem aumentando. ''A tendência de aquecimento se aplica apenas à região e ao período estudados e não deve ser estendida de forma linear para outras regiões por períodos mais longos''.
'Resultados consistentes'

O especialista diz que à noite o ar acima do nível do solo costuma ser mais quente do que o ar no nível do solo. Mas Zhou e seus colegas acreditam que as lâminas das turbinas eólicas estão simplesmente agitando o ar, misturando ar quente e ar frio e fazendo com que parte do calor chegue ao nível do solo.

''Os resultados dessa pesquisa me parecem bem consistentes'', diz Steven Sherwood, do Centro de Pesquisas de Mudanças Climáticas, da University of New South Wales, da Austrália.

De acordo com Sherwood, a estratégia de provocar um aquecimento artificial costuma ser usada por produtores de frutas que sobrevoam seus pomares de helicóptero para combater geadas matinais".

"Essa pequisa é o primeiro passo na potencial exploração de informações satelitais para quantificar os possíveis impactos de grandes fazendas eólicas sobre o clima e as condições meteorológicas'', afirmou Zhou, da Universidade Estadual de Nova York em Albany, à BBC.

Ele conta que ele e sua equipe de pesquisadores estão agora ampliando seu estudo para outras fazendas eólicas e construindo novos modelos para melhor entender os processos físicos do aquecimento que estaria sendo provocado pelas usinas eólicas.


Extraído do sítio BBC Brasil

ENERGIA EÓLICA DEVE SUPERAR A GERADA POR USINAS NUCLEARES NO MUNDO ATÉ 2020 - Gero Rueter



O avanço do vento no mundo é irresistível. Limpa e barata, a eletricidade de origem eólica já equivale à produzida por 280 reatores e em breve passará à frente da energia nuclear no mundo.

A importância da energia eólica cresce rapidamente em todo o mundo. Na Espanha e na Dinamarca, o vento é a fonte de 20% da eletricidade. Na Alemanha, essa percentagem é de 10% e, segundo os prognósticos, até 2020, será de 20% a 25%.

Segundo a Associação Mundial de Energia Eólica (WWEA, na sigla em inglês), no ano passado foram construídas novas centrais eólicas perfazendo 40 gigawatts (GW) de energia produzida. Com isso, o total da energia ambientalmente correta em todo o mundo chegou a 237 GW no final de 2011, o equivalente ao desempenho de 280 reatores termonucleares.

Números respeitáveis, considerando-se que atualmente há cerca de 380 reatores desse tipo fornecendo energia. O prognóstico leva em conta a tendência de desligamento de usinas nucleares, o que deve reduzir a parcela de contribuição desta fonte no fornecimento mundial de energia.


Muito mais vento até 2020

A expansão da energia eólica em escala mundial avança a passos largos. A cada ano, o número de aerogeradores cresce 20%. A WWEA estima que até 2020 o volume energético gerado pelo vento irá quadruplicar, chegando a mais de mil gigawatts.

A China é o país que mais promove esse avanço: de lá vem quase a metade de todas as turbinas produzidas em 2011. O país é líder no setor de energia eólica, seguido por Estados Unidos e Alemanha. No entanto, em relação ao número de habitantes e à participação do vento perante outras fontes de eletricidade, nações da União Europeia como a Dinamarca, Espanha e Alemanha seguem sendo as campeãs. Na China, a parcela da energia eólica no abastecimento nacional gira em torno de apenas 3%.

Embora seja favorável ao meio ambiente e ao clima, o sucesso da energia eólica em escala global se deve, sobretudo, ao fato de ser a opção mais barata. Stefan Gsänger, diretor geral da WWEA, calcula entre cinco e nove cents de euro o preço de um kilowatt/hora de eletricidade produzido nas usinas modernas em terra. Em comparação, o mesmo volume de energia produzido em usinas modernas de carvão mineral custa cerca de sete cents na Europa.

Necessidade de apoio político

Stefan Gsänger, WWEA
Entretanto, estudos da UE e do ministério alemão do Meio Ambiente mostram que os verdadeiros custos são praticamente o dobro. Isso de deve ao fato de a fuligem expelida pelas usinas de carvão ser responsável por diversas doenças respiratórias, acarretando altos custos para o sistema de saúde. Cálculos sérios também revelam que o preço final da energia gerada em outras usinas modernas a base de combustíveis fósseis também são superiores aos da energia eólica em terra.

Na opinião de Gsänger, a energia eólica continua necessitando de apoio político, mesmo constando, hoje em dia, entre as fontes energéticas menos onerosas. Esse apoio não seria na forma de taxas mais altas, mas de uma tarifa de abastecimento garantida.

Segundo o diretor geral da WWEA, esse tipo de garantia é necessário para que se obtenham créditos bancários. Ele cita o exemplo da Turquia: "Lá, a tarifa de abastecimento está abaixo do preço de mercado. No entanto, a tarifa é necessária, pois aí os bancos financiam as usinas eólicas. E vejo isso também como perspectiva para outros países".

Microcréditos como solução

Instrumentos de financiamento são muito importantes para a expansão da energia eólica. Ao contrário das usinas de combustíveis fósseis, os principais custos são de investimento, o que é um grande problema nas regiões menos desenvolvidas. Por isso, em várias nações africanas, por exemplo, o avanço da energia do vento está totalmente estagnado.

Gsänger postula que, para produzir energia eólica mesmo assim nesses países, a solução seriam usinas menores e um sistema de microcrédito, como o desenvolvido pelo prêmio Nobel da Paz Muhammad Yunus em Bangladesh.

"Isto significa que a empresa que disponibiliza a usina também fornece o crédito, simultaneamente. Os consumidores de eletricidade o reembolsam mensalmente, mas só começam a pagar quando a central realmente fornecer energia."

Parque eólico na costa belga do Mar do Norte
Avanços tecnológicos

Nos últimos anos, a tecnologia eólica tem evoluído: assim, existem turbinas com hélices bem grandes, para regiões de pouco vento, e torres mais altas, que exploram melhor o potencial local. Além disso, são construídas grandes centrais em alto mar. Nesse caso, contudo, os custos de instalação e manutenção são altos, resultando em 18 a 20 cents de euro por kilowatt/hora, duas vezes mais do que em terra.

Uma outra inovação são pequenos aerogeradores para residências, comunidades ou firmas industriais. Mais de meio milhão deles foram instalados até o momento, a maioria na China e nos EUA. Também aqui os custos de eletricidade resultantes são mais elevados, entre 15 e 20 cents por kilowatt/hora.

Ainda assim, as miniusinas são rentáveis para muita gente nos países em desenvolvimento, onde não há outra possibilidade de produzir eletricidade. Mesmo para os consumidores das nações industriais, as minicentrais valem cada vez mais a pena, pois produzem a preços inferiores aos de muitas operadoras de energia. Deste modo, especialistas veem aí um mercado com grande futuro.

Iniciativa de cidadãos

Miniaerogeradores: tendência em ascensão
Mais da metade dos aerogeradores da Alemanha são propriedade de cidadãos, agricultores e comunidades locais. Este é um fator muito importante para a aceitação e sucesso da energia eólica, afirmou à DW o agricultor e presidente da confederação Windenergie, Hermann Albers.

Juntamente com outros agricultores e cidadãos, ele ergueu numerosos parques eólicos privados em sua região. "Hoje, registramos enorme aceitação nessas comunidades. Em muitos casos, a metade dos moradores locais já deseja investir na energia do vento. As pessoas compreenderam as chances que existem", registra Albers.

Também a WWEA vê na participação cidadã um instrumento importante para difundir mais rapidamente a energia ambientalmente correta em todo o mundo. Por isso, a próxima Conferência Mundial de Energia Eólica se realiza no início de julho de 2012, em Bonn, sob o título: Community Power – Citizens Power (Força da comunidade, força dos cidadãos).

Extraído do sítio Deutsche Welle

JORNALISMO E CUMPLICIDADE NÃO SÃO O MESMO - Brizola Neto


Não está em pauta, na CPI do Cachoeira, o sigilo de fontes jornalísticas.

Ninguém se interessa em saber qual foi a fonte do senhor Policarpo Júnior, da Veja, para os oito anos de matérias bombásticas, com gravações de diálogos escusos e revelação de supostos negócios ilegais.

Não tem interesse, porque todos já sabem: Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o “empresário de jogos”.

O que se quer saber é outra coisa: como foi o pacto de interesses políticos firmado entre a revista e o contraventor.

Carlos Cachoeira não forneceu uma ou duas informações à Veja. Teve, sim, uma longa convivência que, em termos biológicos, teria o nome de mutualismo: uma interação entre duas espécies que se beneficiam reciprocamente.

Cachoeira usava a Veja como instrumento de seu esquema de coação, chantagem, propinagem.

Veja usava Cachoeira como fonte de combustível para a fornalha de seu ódio político contra governos de esquerda, Lula e Dilma.

A maior prova é que as ligações de Cachoeira com Demóstenes Torres e Marcone Perillo, dois aliados de Veja no campo político, nunca foram objeto de apuração por parte da revista.

Ao contrário, o tal “grampo” do diálogo entre Demóstenes e o então presidente do STF, Gilmar Mendes, foi apresentado como resultado de arapongagem governista e fez estragos dentro da Polícia Federal.

Repíto: não se quer saber quem era a fonte de Veja, porque isso já se sabe, mas quais foram as relações entre a revista e a editora Abril no uso de gravações clandestinas, que eram as ferramentas de chantagem de Cachoeira.

Não existe “sigilo de fonte” na decisão interna de um órgão de imprensa em manter uma longa sistemática relação com um bandido.

Qualquer jornalista sabe a diferença entre receber informações de um bicheiro sobre algum caso e a de, sistematicamente, receber dele material clandestino que incrimine os policiais que lhe criem problemas. Sobretudo, durante anos e sem qualquer menção à luta de submundo que se desenvolvia nestes casos.

No primeiro caso, é jornalismo. É busca da informação e sua apresentação no contexto em que ela se insere.

No segundo, é cumplicidade. É uma associação para delinquir, criminal e jornalisticamente.

No crime, porque viola, de forma deliberada, direitos e garantias constitucionais. No caso Murdoch, o escândalo foi seu jornal ter grampeado telefones por razões políticas. Neste, o de ter utilizado por anos gravações clandestinas fornecidas por um terceiro, umn contraventor.

Sob o ponto de vista jornalístico, a pergunta é: se o “grampeador” de Murdoch tivesse trabalhado de graça, o seu jornal, News of the World, teria menos culpa?

Cachoeira trabalhou “de graça” para a revista, mas a revista sabia perfeitamente de seus lucrativos interesses em fornecer-lhe “o material”.

Seria o mesmo que o repórter de polícia, durante anos, saber que a fonte das informações que recebia as transmitia por estar interessado em “tomar” outros pontos de bicho e ampliar seu império zoológico.

É irrelevante se o repórter fazia isso por dinheiro ou por prestígio.

Repórter que agia assim, no meu tempo, chamava-se “cachorrinho”. E tinha o desprezo da redação.

Não se ofenda a profissão confundindo as duas coisas e nem se diga que o sr. Policarpo é mero repórter. É alguém, que pelo seu cargo, tem realções diretas com a administração empresarial da revista.

Não tem sentido falar em “preservação de fontes jornalísiticas” quando a fonte e o relacionamento entre ela e um editor – não um simples e inexperiente repórter – já são objeto de registro policial devidamente autorizado pela Justiça.

Sobre o que Veja e Cachoeira conversavam está no processo, não há sigilo a se quebrado aí.

O que se quer saber é como e porque Veja e Cachoeira viveram esta longa relação mútua e que benefícios para uma e outro advieram dela.

Por isso, o senhor Policarpo Júnior deve prestar, como testemunha, declarações à CPI.

Poderá alegar preservação de fontes quando for perguntado se a direção da editora sabia a origem do material que publicava?

Não parece que isso seja sigilo profissional, do contrário Murdoch escaparia ileso.

As gravações hoje pelo jornalista Luis Carlos Azenha, no Viomundo, reveladas a partir dos documentos publicados pelo Brasil 247, são uma pá de cal no tal segredo de justiça que, todos estão vendo, não existe mais.

Dois bandidos assumem que dirigiam as publicações de “escândalos” na Veja.

E isso é um escândalo, que não pode ficar oculto.

Ocultar fatos, sim, é que é um atentado à liberdade de imprensa.


Extraído do blog Tijolaço

PARA IPEA, BRASIL DESPERDIÇA EM UM ANO MAIS DE UMA ITAIPU EM ENERGIA

A dois anos do prazo final para erradicação de lixões, país tem 2.906 deles em 2.810 municípios e recicla parcela mínima dos resíduos. 

O que se gasta com bagaço de cana-de-açucar é suficiente para gerar 16.464 megawatts ao ano, mais que a maior hidrelétrica brasileira (Foto:Lucas Lacaz Ruiz/Folhapress)
São Paulo – Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) traça um panorama preocupante para a implementação do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada em 2000 e com prazos variados a vencer nos próximos dois anos.

No momento em que se realiza a construção de hidrelétricas na Amazônia, contestadas por ambientalistas, o comunicado do Ipea revela que o país desperdiça mais de uma usina de Itaipu em bagaço de cana-de-açúcar. As 201 mil toneladas de resíduos dessa cultura seriam suficientes para gerar 16.464 megawatts ao ano, mais que a maior hidrelétrica brasileira (14.000 megawatts). 

“Para viabilizar uma maior disponibilização dessa energia para a rede elétrica, entretanto, será necessário vencer várias barreiras de ordem técnica, econômica e regulatória, sendo necessários mais incentivos econômicos para motivar os investimentos do setor privado nessa área”, observam os pesquisadores. Eles apontam ainda que a lei aprovada em 2010 para permitir um manejo mais racional dos resíduos sólidos reflete um “momento crítico do desenvolvimento brasileiro”, com um aumento de consumo que cria novos desafios à gestão correta do lixo.

Previstos para serem fechados até 2014, os lixões ainda são 2.906 em 2.810 municípios brasileiros. Para o Ipea, as grandes dificuldades estão nas cidades de pequeno porte, nas quais praticamente inexiste qualquer iniciativa de reciclagem, e na região Nordeste, na qual 89,1% das cidades têm algum depósito desse tipo. No Norte, 380 municípios, ou 84,6% do total, ainda mantêm lixões. 

Embora entre 2000 e 2008 tenha ocorrido uma redução de 18% no material encaminhado a lixões, ainda são levadas a esses lugares 74 mil toneladas produzidas diariamente em todo o país. Aterros sanitários e lixões somam 90% da destinação total. 

Hoje, a coleta regular de resíduos sólidos atinge 90% dos domicílios – 98% no meio urbano e 33% nas áreas rurais. Apenas 1,6% de 94 mil toneladas diárias de lixo são encaminhadas para compostagem, método que o Ipea recomenda ser mais utilizado. O número de cidades com programas de coleta seletiva de materiais recicláveis cresceu 120% entre 2000 e 2008, mas atingia à época apenas 994 de 5.565 municípios. 

“Estimativas indicam que a participação dos resíduos recuperados pelos programas de coleta seletiva formal ainda é muito pequena vis-à-vis ao total coletado, o que sugere que a reciclagem no país ainda é mantida pela reciclagem pré-consumo e pela coleta pós-consumo informal”, aponta o Ipea.

Com isso, a reciclagem, ainda incipiente, depende basicamente dos catadores, calculados entre 400 mil e 600 mil em todo o país. A renda média da categoria ficava em 2008 entre R$ 420 e R$ 520, e 60% das 1.100 organizações coletivas apresentavam um nível de eficiência considerado baixo. 

Contudo, a partir de 2003, dizem os pesquisadores, o governo federal passou a adotar uma série de iniciativas de incentivo e de aprimoramento da atividade. Até 2010, R$ 280 milhões haviam sido destinados aos catadores, e em 2007 foi constituído um grupo interministerial para pensar políticas voltadas à categoria. 


Extraído do sítio Rede Brasil Atual 

29 abril 2012

DESCARTE CORRETO DE LIXO ELETRÔNICO AINDA É PROBLEMA PARA O BRASIL - Alana Gandra



Rio de Janeiro - Às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, programada para junho próximo, no Rio de Janeiro, o Brasil ainda enfrenta um grave problema: o descarte irregular de lixo eletrônico.

De acordo com relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), divulgado em 2010, o país ocupa a liderança entre as nações emergentes na geração de lixo eletrônico per capita, isto é, por habitante, a cada ano. O relatório aponta que o lixo eletrônico descartado por pessoa, no Brasil, equivale a 0,5 quilo por ano. Em contrapartida, na China, que tem uma população muito maior, a taxa de lixo eletrônico por pessoa é 0,23 quilo e, na Índia, ainda mais baixa (0,1 quilo).

Os números são questionados pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). A gerente de Resíduos Perigosos do ministério, Zilda Veloso, considera os dados inconsistentes, porque a Organização das Nações Unidas (ONU) utilizou uma metodologia europeia baseada na comercialização. “Se a gente não tem dados do mercado de comercialização, como é que eles chegaram àqueles números? Não tem sentido”. O MMA manifestou formalmente seu posicionamento contrário ao relatório da ONU, por meio do Itamaraty, disse.

O governo brasileiro não tem números sobre aquisição de produtos eletrônicos. Zilda Veloso informou que no âmbito da Política Nacional de Resíduos Sólidos, vai ser elaborado um estudo de viabilidade técnica e econômica, que deve apresentar informações sobre a geração de resíduos desse tipo. A previsão é que o estudo seja divulgado em quatro meses. O projeto é do Grupo Técnico Temático de Eletroeletrônicos, do Comitê Orientador para Implementação de Sistemas de Logística Reversa.

Esses sistemas se referem à responsabilidade compartilhada para eletroeletrônicos. “O estudo vai referendar se é possível fazer o recolhimento e destinação desse tipo de resíduo agora ou não”, disse. Na logística reversa, os fabricantes vão assumir a responsabilidade para a destinação do equipamento pós-uso. Zilda não descarta que parte dessa responsabilidade recairá sobre o consumidor. Ela destacou a importância da conscientização do cidadão nesse processo. “Nada vai funcionar se o consumidor não fizer o descarte adequado”.

A gerente esclareceu que o estudo é abrangente, porque vai captar as possibilidades de reciclagem de eletroeletrônicos. “O objetivo do estudo não é só fazer o retrato do setor, mas saber se o setor tem hoje condições de fazer a logística reversa”. O estudo vai dizer o comportamento do consumidor, o tipo de consumo que existe no Brasil e quais são os bens consumidos. Com base nesses dados, o governo terá condições de avaliar se é possível fazer a logística agora ou não. “Uma das coisas que ele vai levantar é uma estimativa de geração de resíduos atual”.

O comitê orientador é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e tem a participação dos ministérios da Saúde; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; e da Fazenda. No ano passado, o comitê decidiu que a regulamentação das cinco primeiras logísticas será feita por meio de acordo setorial. São as logísticas de eletroeletrônicos; embalagens plásticas de óleos; lâmpadas; embalagens em geral; e medicamentos.

A logística que se acha mais adiantada é a de embalagens plásticas de óleos lubrificantes. A regulamentação está indo para consulta pública da proposta de acordo setorial em, no máximo, 30 dias. A regulamentação de eletroeletrônicos tem início previsto para 2013. “Porque é uma cadeia bem complexa. Pega desde celular até um aparelho hospitalar, como tomógrafo”, disse a gerente do MMA.

Ela ressaltou também a figura do catador na logística reversa. Adiantou, entretanto, que caso ele venha a ser incluído no processo, terá de ser treinado para poder separar os produtos eletroeletrônicos.

O professor de engenharia ambiental da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Haroldo Mattos de Lemos, não vê motivos para ter melhorado a posição brasileira no ranking de lixo eletrônico gerado entre os países emergentes. Lemos preside o Instituto Brasil Pnuma, que é o Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

Ele avaliou que não foram “plantados” no país grandes programas para reduzir o volume de lixo eletrônico. “Existem algumas iniciativas de reciclagem, mas eu acredito que elas estão sendo suplantadas pelo crescimento do volume de aparelhos que é descartado”. Sua impressão é que o lixo eletrônico está aumentando no Brasil.


Extraído do sítio Agência Brasil

NO DIVÃ DA CANTANHÊDE - Fernando Brito

Agora que não é mais especialista em aviação de caça, com a saída de Nélson Jobim do Ministério da Defesa, a colunista Eliane Cantanhêde, da Folha, dedida-se a um assunto mais estratosférico: a interpretação telepática da mente humana.

Sua coluna de hoje – leia aqui a transcrição feita pelo Paulo Henrique Amorim – traça um diagnóstico psicológico de “alta precisão” sobre o ex-presidente Lula.

“Dilma tem que administrar um dado político fundamental -o ego do padrinho.”

“Quanto mais Dilma acerta e cresce, mais ele alimenta a paranoia de que tentam “desconstruir a sua imagem”.

“Lula está absolutamente convencido de que foi o melhor presidente da história da humanidade, mas os adversários (entre os quais inclui a imprensa) não reconhecem.”

“Ele não suporta ver a sua criatura se tornando mais admirada do que o criador. Sente-se injustiçado, senão perseguido, e reage com mágoa e rancor.”

Impressionante. Isso é que é objetividade jornalística. Não é preciso um fato, uma declaração sequer, nada. Nem mesmo uma horinha de divã foi necessária para D. Cantanhêde traçar um perfil assim profundo da personalidade ególatra e rancorosa de Luiz Inácio Lula da Silva.

Sigmund Freud não faria melhor. Não sei como Cantanhêde não falou algo sobre D. Lindu, a mãe de Lula, para tornar mais precisa sua patética incursão pela psicanálise.

A colunista da “massa cheirosa” não pode ver em um operário – nem num ex-operário que chegou à Presidência – nada senão mesquinhez e baixeza.

Passa batido pelo fato de que Dilma foi candidata e elegeu-se pela força de Lula – e ninguém mais que a presidenta sabe e valoriza isso. E, muito menos, não percebe o óbvio: que Lula é o maior interessado em que Dilma continue acertando, porque – se resolver ser candidato - terá a seu favor uma presidenta extremamente bem avaliada pela população, como ela o teve em Lula em 2010.

Mas Cantanhêde vive num mundo povoado por Serras, Jobins e FHCs, onde a vaidade e a egolatria são os combustíveis de mentes sem compromissos com a “massa mal-cheirosa”.

E acaba julgando a todos pelos mesmos critérios e pelos critérios que lhe ditam seus próprios sentimentos e conceitos.

É realmente um caso de psicanálise, não de jornalismo político.

Extraído do Blog Tijolaço de Brizola Neto.

REINALDO ESTÁ COM MEDO. E POR ISSO, NOVAMENTE, NOS ATACA - Leonardo Attuch


Leonardo Attuch _247 – Reinaldo Azevedo está com medo. Só isso é capaz de explicar o novo ataque que faz, neste domingo, ao 247. No texto de Reinaldo (leia mais aqui), ele resgata uma reportagem de Veja da qual a revista deveria se envergonhar. Afinal, os ataques que Veja desferiu contra mim renderam à Abril uma condenação judicial com direito a indenização financeira (leia mais aqui) e retratação formal, publicada nas suas páginas (leia mais aqui).

Ou seja: quando brigou comigo nos tribunais, a Abril perdeu. E, no confronto de ideias, perderá novamente.

Reinaldo nos acusa de sair em defesa do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Tudo porque decidimos publicar uma reportagem, com um diálogo extraído dos grampos da Operação Monte Carlo, publicados em primeira mão no 247.

- “Será que agora ele cai?”, pergunta Carlos Cachoeira a Cláudio Abreu, diretor da Delta, referindo-se ao governador Agnelo Queiroz.

- “Arrebentou, hein, o bicho arrebentou, hein”, responde Abreu.

- “Foi bom demais”, prossegue Cachoeira.

- “Mas eu já tinha falado pro PJ lá: PJ, vai nesse caminho”.

“PJ” é Policarpo Júnior. E o tema da conversa é uma reportagem publicada na revista Veja, associando o governador Agnelo Queiroz à prática de grampos ilegais. “Será que agora ele cai?”

Quando um veículo de comunicação se presta a ser usado por um bicheiro/empreiteiro, que tenta emparedar governos legitimamente eleitos na busca de seus interesses comerciais, isto é notícia. Pelo menos, no 247. Na Veja de outros tempos, também seria. Mas, hoje, a revista está acuada. Age nos bastidores para que seu publisher, Roberto Civita, não seja convocado a depor na CPI.

Compreensível. Civita teme ser humilhado. Reinaldo, não. Dá a cara a tapa. E, nele, o medo provoca reações extremas. Até mesmo o delírio de que tinha em mim um fã.

O que está ocorrendo no Brasil de hoje é muito simples. Antes, quatro famílias controlavam a informação no Brasil e ditavam a agenda pública. Hoje, com a democratização da internet e o avanço das redes sociais, todos participam do processo de elaboração e depuração das notícias. O modelo não é mais vertical. Na era do jornalismo 2.0, é horizontal. Com isso, antigos impérios se tornam vulneráveis.

Neste novo mundo, as famiglias tradicionais perdem poder. E tendem também a perder anunciantes, uma vez que haverá cada vez mais fornecedores de conteúdo jornalístico num mundo plural, interativo e democrático. Se Veja tem seu público, há também aqueles que preferem defini-la como #VejaBandida ou #VejaGolpista, duas hashtags que se tornaram os assuntos mais comentados do mundo no Twitter.

Reinaldo nos ataca dizendo que José Dirceu e Delúbio Soares publicam artigos aqui. Mas ele não menciona César Maia, Arthur Virgílio, Gabriel Chalita, Eduardo Braga, Manuela D´Ávila, Walter Feldman, Marcos Cintra, Xico Graziano, Luciano Siqueira e muitos outros, de variados perfis políticos. Até mesmo Demóstenes Torres e Reinaldo Azevedo poderiam publicar artigos na nossa página, porque, no 247, a opinião é livre – é isto que garante a pluralidade. Também nos condena dizendo que somos “livres como um táxi”. Mas os passageiros aqui são os leitores. E muitos continuam garimpando informações nos inquéritos da Operação Monte Carlo sobre a parceria editorial entre Cachoeira e Veja, que rendeu benefícios políticos e comerciais ao contraventor.

É disso que Reinaldo tem medo.


Extraído do sítio Brasil 247

SERRA DEU R$ 34 MILHÕES À REVISTA VEJA QUANDO ERA GOVERNADOR DE SP

Valter Campanato/ABr
Compra das assinaturas representava cerca de 25% da tiragem da Nova Escola.

Um levantamento feito junto ao Diário Oficial do Estado de São Paulo mostra que o ex-governador José Serra, quando ocupava o cargo, pagou cerca de R$ 34 milhões ao longo de um ano ao Grupo Abril, responsável pela publicação da revista Veja. 

A pesquisa feita pelo jornalista Altamiro Borges em 2010, do jornal Correio do Brasil, revela que o dinheiro era transferido do governo paulista para o grupo por causa da assinaturas de revistas. 

Parte do dinheiro foi destinado para a compra de cerca de 25% da tiragem da Nova Escola e injetou alguns milhões nos cofres de Roberto Civita, o empresário que controla a Editora Abril. 

Além disso, na época, o tucano também apresentou proposta curricular que obrigava a inclusão no ensino médio de aulas baseadas nas edições do Guia do Estudante, outra publicação do grupo. 

Caso Cachoeira e a Veja 

Nesta semana, gravações feitas pela Polícia Federal, à qual o R7 teve acesso, mostraram que Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta Construções, deu orientações a um dos redatores-chefes da revista Veja, Policarpo Júnior, para produção de uma reportagem sobre Agnelo Queiroz (PT-DF).

Dias antes, foi publicada uma denúncia sobre a atuação do governador na operação Caixa de Pandora, que derrubou o antecessor e rival José Arruda (ex-DEM). 

Aparentemente, o grupo de Cachoeira tentava abastecer a revista com informações que interessavam a seus negócios. 

Entre o dia 29 e 30 de janeiro, membros do grupo discutiram a repercussão da matéria e usaram a história para pressionar o governo pelo cumprimento de uma promessa não identificada pelo inquérito da PF. 

Recentemente, Serra, atual pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, anunciou o jornalista Fábio Portela, ex-editor de Brasil da revista Veja, como coordenador de imprensa de sua campanha.


Extraído do sítio R7

E AGORA, GLOBO? INQUÉRITO CITA R$ 100 MIL POR MÊS PARA JORNALISTAS DERRUBAREM AGNELO

Num dos telefonemas gravados na Operação Monte Carlo da Polícia Federal, de fevereiro deste ano, o ex-sargento Dadá diz que o jornalista Mino Pedrosa (ex-assessor de Cachoeira) teria um contrato de R$ 100 mil por mês com Filippelli (vice-governador do Distrito Federal e principal cacique do PMDB-DF) :

Do Inquérito 3430 apenso 1. Página 202 do arquivo em PDF no link:

"Sombra" citado, remete ao jornalista Edson Sombra, que tem um blog de oposição ao governador petista.


A TV Globo andou investindo nesta linha de derrubar Agnelo.

Há 15 dias atrás, o "Blog da Helena" na Rede Brasil Atual, apontou que o "Jornal Nacional" noticiou de forma inversa aos fatos, e chegou a editar diálogos, transformando-os em monólogos para tirar o contexto da conversa que era favorável à inocência de Agnelo (aqui e aqui).

Agora, com o vazamento do inquérito na internet, merece destaque alguns trechos da conversa de Dadá com Cachoeira, após uma matéria na revista Veja atacando o governador Agnelo:

Após 25 minutos

Leia também:


"PASSEI A RESPONDER ATRAVÉS DOS BLOGS E DAS REDES SOCIAIS PORQUE ESTA FORMA DE COLUNISMO É UMA ARMADILHA" - Marcos Aurélio Weissheimer



Em nota publicada neste domingo no site PTSul, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, respondeu à colunista política Rosane de Oliveira, do jornal Zero Hora, que neste domingo afirmou que o governador será “incoerente ou irresponsável” na solução para o tema do piso nacional do magistério. A nota afirma:

Pela segunda vez neste mês, um articulista de ZH utiliza o espaço do jornal para fazer ataques diretos a políticos do governo do Estado, reportando-se diretamente à pessoa do governador. Neste domingo, foi a vez da jornalista Rosane de Oliveira “sentenciar” que Tarso Genro será “incoerente ou irresponsável”, na solução para o pagamento do piso nacional do magistério. A colunista desconsidera o fato de que o governo da Unidade Popular Pelo Rio Grande adotou uma outra posição para retirar o estado da crise, que não a do governo anterior de criação do “déficit zero”, que diminuiu as funções do Estado, sucateou a administração pública e congelou salários.

Neste sábado, ao ler a coluna, quando voltava de mais uma edição da Interiorização de Governo, em Rio Grande, o governador fez algumas considerações sobre o novo episódio de ideologização da notícia, através do falseamento da verdade.

1- Sobre o Colunismo Político predominante

“É um certo tipo de colunismo político que ainda não se esgotou no país, mas que tende rapidamente a esgotar-se pela falta de credibilidade, pois ele vem perdendo a sua capacidade de transmitir informações e críticas fundadas. Ele perdeu a “fala” universal, que caracterizou os grandes colunistas políticos do país, com capacidade de informar e criticar com seriedade e passou a defender posições ideológicas dissimuladas, “adaptando” ou inventando os fatos, para contentar um público determinado –aquele que este tipo de jornalismo cativa, com seus malabarismos factuais e lugares comuns: os que adoraram as ideias do neoliberalismo que está levando a Europa à ruína e que, aqui, foram retratados no famoso “déficit” zero. Aliás, não é de graça que a colunista de política da Zero Hora é a mais saudosa do “déficit zero”, que não só paralisou o estado, mas aplicou um brutal arrocho salarial nos servidores, situação que agora estamos começando a reverter”.

2- As constantes criações de factóides e inverdades

“O mesmo estilo de jornalismo político que “define” que o governador será incoerente ou irresponsável, é o mesmo que inventou, por exemplo, que eu defendi uma posição contrária aos sistema de PPPs no caso da RS 10, quando, na verdade, defendi e defendo a PPP e tenho negociado com os prefeitos a adaptação para baratear a proposta. Nunca fui contrário a PPPs. O que sou contrário é que elas sejam apenas um negócio bom para as empresas e não atendam o interesse público. Sou, inclusive, um dos elaboradores da atual lei que rege as parcerias público-privadas no país, cuja redação foi comandada pelo Fernando Haddadd quando ele era Secretário do Ministério do Planejamento e eu era ministro do CDES, no primeiro governo Lula. Este tipo de jornalismo inventa, por exemplo, que prometi “mundos e fundos” para os servidores e que prometi pagar o piso dos professores imediatamente. Isso é uma deslavada inverdade, pois está gravado nos debates e está escrito numa carta remetida ao CPERS que nós criaríamos as condições para pagar o piso e que isto ocorreria de forma processual. Esta foi e é a minha posição.

Nunca prometi “mundos e fundos”, mas uma política de recuperação salarial que está sendo implementada, e que, aliás, está sendo criticada pela oposição, representada na coluna de ZH de domingo pelo presidente do PP e ex-secretário de Relações Institucionais do governo anterior, Celso Bernardi. Este jornalismo, recentemente, também inventou que a nossa proposta de aumento para uma parte da categoria dos professores era a mesma da governadora Yeda. E o fez rapidamente, sem ter a mínima noção do que é uma transação judicial. Omitiu deliberadamente que a posição do governo não exigiu nenhuma renúncia de direito pelos servidores do magistério; que a nossa posição não retira a proposta de alcançar o piso até 2014; que ela não exigiu a alteração do “quadro de carreira” e que o aumento atual constituiu-se, apenas, em mais um aumento -um adiantamento de aumento ao magistério. Ao dizer isso -que a nossa proposta era igual a da governadora Yeda- a colunista revela duas coisas: primeiro, que não se informou sobre o que estava acontecendo e, segundo, que se apressou a forjar uma suposta informação que confirmaria a nossa “incoerência”. Na verdade, quando ela fala em incoerência, quer é lembrar que o bom era o “déficit zero”. Por isso sua análise das nossas medidas salariais envolve dois extremos: critica os aumentos excessivos aos servidores e diz, ao mesmo tempo, que os aumentos -no caso dos professores- são insatisfatórios”.

3- Sobre a estratégia, pouco compreendida ou não aceita pela oposição ao nosso governo, de consolidar o Estado como indutor do desenvolvimento ecônomico e social

“A nossa estratégia, até agora, está dando certo: usar os recursos próprios para reorganizar a máquina pública que estava destruída e melhorar os salários dos servidores; buscar recursos do Governo Federal para investimentos -inclusive através do recebimento da dívida da União com a CEEE; buscar financiamentos no BID, no Banco Mundial e no BNDES; aumentar, com meios técnicos adequados, as receitas sem aumentar impostos; estabelecer uma política de relações internacionais para atrair investimentos produtivos; retomar o crescimento no estado tendo como ponto de partida a base produtiva local, voltados para a renovação da nossa base tecnológica; fazer um “déficit” responsável sem cair na armadilha neoliberal de reduzir políticas de proteção e promoção social, deixando os pobres a ver navios”.

4- A utilização das redes socias e dos blogs para responder à grande mídia

“Eu passei a responder através dos “blogs” e das redes, porque esta forma de colunismo que estamos falando é, também, uma armadilha: constrói fatos para promover a sua visão de mundo, de Estado e de política, e também quer monopolizar o debate, frequentemente só publicando parte das respostas daqueles que são alvos da suas invenções. Quando se tratam de matérias que contam fatos verdadeiros e que pendem, sobre ela, uma interpretação política, ideológica ou econômica, acho adequado que se responda pelo próprio jornal, quando ele permite a resposta, como, aliás, é o caso da Zero Hora”.

5- Direito de resposta também em tom crítico

Tenho respeito pela colunista Rosane de Oliveira. Acho que ela cumpre rigorosamente o seu papel crítico, que é esperado pelo jornal a que serve, que, como sabemos, não pode ser considerado simpatizante do projeto que nós, do PT e da esquerda, representamos. Mas ela merece, da nossa parte, a atenção e respeito que temos com todas as forças políticas democráticas do estado. Nem acho que se trata de má-fé, mas de miopia ideológica: se os fatos não tem confirmado que o Tarso é incoerente, mas, ao contrário, tem confirmado que temos aplicado o nosso programa de governo de forma coerente, é preciso “adaptar” os fatos e repetir a acusação de incoerência para, ao final, consolidar uma “verdade” pela repetição. E também, imediatamente, para salvaguardar a defesa do “déficit zero”, que sempre foi apresentado pela colunista como um exemplo de boa gestão pública”.

6- Sugestão

“Assim como fui cobrado como governador, também defendo que a colunista seja mais responsável e não crie falsas incoerências ou irresponsabilidades. Recomendo à ela, por exemplo, que leia todas as colunas do falecido Carlos Castello Branco, do Márcio Moreira Alvez e do grande Newton Carlos, paradigmas da seriedade no jornalismo político”.


Extraído do sítio RS Urgente